O isolamento social foi imposto como única medida para enfrentar e conter a disseminação do Covid-19. Em São Paulo a saída ficou apenas para uma pequena parcela da população.
A execução do isolamento para conter o vírus está sendo efetiva apenas para um setor do Estado, nos 24 distritos mais ricos, medida vem sendo eficaz, queda de 42% de viagens da população jovem, após quarentena. Nos 24 distritos mais pobres, apenas 5%.
Um dos bairros que assume a liderança da queda de movimentação é a Vila Mariana, com 93%, seguindo atrás, Liberdade, Itaim Bibi, Barra Funda, Jardim Paulista, todos dos setores mais ricos de São Paulo.
Distritos com menor queda são: Marsilac com 18%, seguindo atrás, Lajeado, Campo Limpo, Tremembé, Anhanguera, bairros mais carentes de estado paulista. A “quarentena” da burguesia jovem de São Paulo é quase 10 vezes maior do que o isolamento dos mais pobres.
Para os jovens burgueses, é mamão com açúcar exercer a quarentena. A burguesia, não trabalha, não produz, não fazem nada além de desfrutar de melhores condições vida proporcionadas pela riqueza de suas famílias.
Os ricos são os que mais conseguem exercer o isolamento, mas ao mesmo tempo os que mais querem o fim do distanciamento social, já percebendo que estão fora do risco de morte, devido aos hospitais particulares não serem requisitados pelo SUS, já agem como se houvesse a normalidade no país. Em seu egoísmo inerente, exigem o fim da quarentena, que na verdade apenas existiu para eles.
A elite do país não quer que seus filhos trabalhem, querem que os filhos dos pobres trabalhem para eles, não importa se vão ficar expostos pelo coronavírus e morram contaminados, sendo assim faram de tudo para derrubar o isolamento social.
Em outra realidade, a juventude pobre não tem acesso a uma alimentação saudável, moradia em condições de salubridade e grande dificuldade em ter um tratamento médico, mesmo assim jovens estão nas ruas trabalhando, seja no trabalho informal ou formal. O crescimento do número de mortes na periferia é um claro mapa da desigualdade social, que se repete país afora.
A juventude pobre e trabalhadora precisa se organizar para defender suas vidas e condições de um trabalho digno. Os jovens precisam se unir aos trabalhadores e demais explorados, para derrubar Bolsonaro e todos os golpistas. A única saída para derrotar o ataque da burguesia contra os trabalhadores e a juventude é uma grande mobilização nas periferias, criar comitês de auto-defesa e derrotar essa afronta da grande burguesia e suas crias.