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Irã versus EUA

Irã: imperialismo e os países atrasados

O revolucionário deve sempre se alinhar às forças que estão combatendo a parte opressora, mais forte, ou seja, o imperialismo.

A Pérsia foi um dos berços da Humanidade e das civilizações. Rota de passagem para riquezas que circulavam entre Extremo Oriente, mares Caspio, Mediterrâneo, Negro e o Golfo Pérsico, a região se consolidou como um dos locais mais ricos e prósperos do Mundo Antigo.

Com a modernidade, o capitalismo, a supremacia europeia e o colonialismo, a região passou a ser disputada e dominada por ingleses, franceses entre outros. Os impérios ali existentes foram repartidos entre diversos países imperialistas, e a exploração colonial se manteve, deixando um rastro de atraso e subdesenvolvimento nos povos que ali viviam.

Após a II Guerra Mundial, uma onda de lutas por libertação nacional tomou força em todo o mundo. O Irã, empobrecido pela exploração imperialista, mas ainda sendo uma das regiões mais desenvolvidas do Oriente Médio, privilegiado por uma enorme jazida de petróleo, minerais e proximidade da China, Índia e URSS, conseguiu expulsar a burguesia estrangeira, durante a Revolução de 1979.

Apesar de tudo, o país ainda é bastante atrasado, e sofre com embargos sucessivos contra seus produtos, por parte dos EUA e União Europeia. Desde a década de 1980 o Irã é colocado como parte de um “eixo do mal”, classificado como país de terroristas, etc. E com o acirramento da crise capitalista mundial, o país se torna uma verdadeira ameaça aos interesses imperialistas. Sua política autônoma estimula movimentos de libertação em outros países da região, gerando riscos para a dominação dos grandes capitalistas mundiais sobre o recurso energético mais importante da atualidade: o petróleo.

O Irã não é um país socialista ou comunista, ou seja, controlado pela classe operária. É um país capitalista, controlado por uma burguesia nacional e um clero religioso, até certo ponto bastante conservador. Apesar de tudo, o regime é relativamente aceito pela população, por sua resistência ao avanço imperialista, e por conseguir dar um poder de compra e distribuição de renda melhores do que a média do Mundo Árabe. Mas estes fatores não devem confundir a classe operária e a esquerda na defesa deste país, diante dos ataques imperialistas.

O grande núcleo de exploração mundial são as elites capitalistas norte-americanas e europeias. Mesmo que o Irã fosse uma ditadura, ou controlado por um clero e uma monarquia ultrarreacionários, ela ainda seria a nação mais fraca, que está sendo invadida, numa tentativa de ser subordinada ao capitalismo central. Uma vitória imperialista só tornaria o país ainda mais desorganizado, portanto, sujeito a maior exploração, pois não interessa, ao capitalismo, “levar democracia”, mas extrair lucros, geralmente se aliando às elites mais reacionárias de cada país, como é o caso de Israel e Arábia Saudita.

No conflito que se acirra entre EUA e Irã, uma vitória deste último aumenta a desorganização do primeiro, dificultando sua política de dominação internacional e estimulando movimentos populares de libertação. Uma vitória dos EUA, pelo contrário, fortaleceria a extrema-direita e as elites ligadas a este país. Significaria mais um avanço do imperialismo sobre os países explorados. Facilitaria a repressão aos movimentos de resistência, inclusive suas conexões na África e América Latina.

Não deve haver dúvidas: o revolucionário deve se alinhar à parte mais fraca e oprimida, que está em luta contra a parte opressora e mais forte. Toda força ao Irã no combate à dominação imperialista internacional!

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