O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, na última sexta (20), a prévia da inflação para o ano de 2019 – e, embora não haja motivo para surpresa, os números são alarmantes. O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Amplo 15) apresentou uma alta de 1,05% em dezembro, o maior resultado para o mês desde 2015. No ano, o indicador ficou em 3,91%, acima dos 2,67% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Esse resultado foi puxado pela alta nos preços da carne, que subiram 17,71% em dezembro. Alimentos como o feijão, essencial no dia a dia da população, também teve alta no preço em assustadores 20,38%.
Na prévia da inflação, também se destaca o aumento do valor das passagens aéreas, 15,63% mais caras e dos combustíveis, que teve aumento de 1,76%. A alta no preço dos combustíveis não é nenhuma novidade para quem viu a Petrobrás – sob controle dos governos entreguistas – anunciar, dia após dia, a escalada dos valores dos combustíveis.
Outros itens como jogos de azar ficaram 36,99% mais caros, em razão dos reajustes nos preços das apostas lotéricas, em vigor desde novembro deste ano.
Todos esses dados são apenas uma comprovação do que a classe trabalhadora vem sofrendo desde o golpe de 2016, e que se intensificou com a chegada de Bolsonaro ao poder. A população não precisa acompanhar as notícias sobre economia para saber que seu poder de compra está menor a cada dia e as condições de vida, piores.
Como se a alta do preço dos itens básicos de sobrevivência não fosse suficiente, a população vem sofrendo todo tipo de ataques aos seus direitos por parte do governo golpista.
Jair Bolsonaro e seu ministro Chicago Boy, Paulo Guedes, trabalham a todo momento seguindo a lógica neoliberal, tirando do povo para dar para os bancos e aos monopólios capitalistas. Aumentam os impostos – apesar de Bolsonaro fazer demagogia com o discurso de que o povo paga muito imposto – e atacam os salários – recentemente, o Congresso Nacional aprovou um reajuste para o salário mínimo de R$ 1.031,00 para 2020 – portanto, sem aumento real.
A destruição dos direitos trabalhistas e da Previdência pública também tornam as condições de vida da população ainda piores. Com a “reforma trabalhista” aprovada por Michel Temer após o golpe de estado, o trabalhador passou a ser mais intensamente explorado. A “reforma da previdência”, em tramitação no Congresso, deve levar muitas pessoas à condição de miséria.
Fora todas as dificuldades econômicas enfrentadas pela classe trabalhadora, não há como deixar de mencionar a imensa quantidade de pessoas que estão desempregadas. Pelos números oficiais são mais de 12,4 milhões de desempregados no país, mas esses dados não incluem as pessoas que estão trabalhando sem carteira assinada, que chegam a 11,9 milhões, outro recorde alcançado pelo governo, segundo dados do IBGE. O número de pessoas que desistiram de procurar emprego, os “desalentados“, chega a quase 5 milhões.
O saldo de primeiro ano de mandato de Bolsonaro é muito negativo para a maior parte da população, que compreende que suas perdas são culpa do governo. Sabendo disso, não há outra alternativa além de mobilizar os trabalhadores para irem às ruas exigir a derrubada de Bolsonaro e de todos os golpistas.