A expansão e a disseminação da pandemia do coronavírus – que de acordo com especialistas o país passará a ser, nas próximas semanas, o novo epicentro da epidemia no mundo -, vem dando lugar às mais disparatadas e absurdas medidas por parte daqueles que, a pretexto de adotarem estratégias para conter o avanço da infecção e das mortes, estão abrindo caminho para a instalação de um regime de verdadeiro terror contra a população, vale dizer, uma ditadura para ameaçar e reprimir ainda mais a população explorada e o povo trabalhador.
Os pioneiros desse mais novo ataque aos direitos democráticos da população são os conhecidos governadores “salvadores de vidas”, os mesmos que já foram erguidos ao panteão da pátria como “heróis do povo”, supostamente por estarem adotando medidas para salvar a população da epidemia de Covid-19. Na linha de frente desse ataque, está o governador do Maranhão, Flávio Dino, do PCdoB, que já decretou o “lockdown” em quatro cidades da grande São Luis, capital do Estado. A adoção da medida, de caráter inequivocamente autoritário e antidemocrático, vem estimulando outros governadores de vocação ditatorial, repressiva e fascista, como é o caso do direitista e assassino Wilson Witzel, que cogita fazer o mesmo no Rio de Janeiro contra a população fluminense.
Desta forma, em vez de terem adotado iniciativas e estratégias, preparando o sistema de saúde para enfrentar a epidemia e a disseminação dos casos de coronavírus, os governadores, que nada ou muito pouco fizeram nesse sentido, apresentam agora como “solução” para conter o avanço da infecção em seus Estados o confinamento forçado da população em suas casas, sem que para isso se tenham criado as condições para garantir o isolamento. Na verdade, não existe nenhum isolamento nem quarentena da população trabalhadora pobre e explorada. A imensa maioria das massas populares continua exposta a todos os riscos de infecção e, consequentemente, à morte, cujo número não param de crescer em todas as regiões do país, atingindo principalmente esse enorme contingente populacional, completamente desassistido pelas políticas públicas sanitárias preventivas e também de atendimento nos hospitais, já superlotados e com a capacidade esgotada na maior parte do país.
O que precisa ser dito, sem tergiversações e sem meias palavras, é que o Estado burguês nacional, controlado pela burguesia golpista, pelos militares, pelos banqueiros e pelo imperialismo, funciona como uma máquina de guerra contra a população explorada do país, que, indefesa e sem quem a conduza a uma forma de organização independente para enfrentar os exploradores capitalistas, permanece a mercê da ofensiva reacionária e ditatorial dos seus algozes, o governo federal e os governadores “científicos”, pretensos “salvadores de vidas”.
O que está em curso no país – isto precisa ficar bem claro – é uma evolução cada vez mais acentuada do regime político pseudo-democrático para uma ditadura aberta e sem disfarces, um estado policial, repressor, cuja finalidade não é outra senão conter a rebelião popular latente das massas populares contra a opressão, a miséria e a exploração a que estão submetidas pela ditadura do grande capital.