Não é mais possível ocultar a enorme crise em que o imperialismo internacional, liderado pelos EUA, está mergulhado. A luta dos povos oprimidos nas mais diversas regiões do planeta em defesa da sua emancipação e liberdade, vem causando uma verdadeira rebelião contra a opressão imperialista, a força política, econômica e militar que impõe sua dominação aos povos através do terror e da ameaça.
Na conflagrada região do Oriente Médio, onde o imperialismo mantém uma presença maciça, com efetivos militares, soldados, equipamentos e armas de destruição em massa, cresce em todos os principais países o sentimento de oposição e rechaço à intervenção criminosa das forças imperialistas, reforçada pelas recentes derrotas impostas ao maior inimigo da humanidade. A reação das forças populares na Síria e agora mais recentemente no Iraque, onde o parlamento iraquiano votou pela retirada das tropas norte-americanas do País, no rastro da crise aberta com o atentado terrorista perpetrado pelo governo ianque, que assassinou o general iraniano Qassem Suleimani, é a demonstração cabal do aumento generalizado da repulsa às tropas e às bases militares imperialistas estacionadas no Golfo Pérsico.
Os desdobramentos da crise aberta com a provocação dos EUA contra os iranianos, atingindo também o Iraque (o comandante militar iraniano foi assassinado em território iraquiano) potencializaram ao máximo todos os mais explosivos elementos de crise, aumentado exponencialmente o sentimento de revolta popular das massas árabes e de outras nacionalidades no sentido de expulsar o imperialismo da região. No Irã, durante as exéquias do general Suleimani, mais de 1 milhão de iranianos ocuparam as ruas da capital, Teerã, exigindo “vingança e morte ao imperialismo”.
Em comunicado publicado em uma rede social, o chanceler iraniano, Javad Zarif declarou que “ele [Donald Trump] precisa perceber que foi alimentado com desinformação. Ele precisa acordar e pedir desculpa. Ele precisa pedir desculpa e mudar de rumo“, afirmando ainda que “os Estados Unidos deixou os iranianos enfurecidos ao iniciar um conflito bélico com o país” (Congresso em Foco, 09/01). “Os EUA têm que acordar para a realidade de que as pessoas dessa região estão engajadas, que as pessoas dessa região querem os Estados Unidos fora e que os Estados Unidos não podem ficar nessa região com as pessoas não querendo mais isso” (Idem, 09/01).
O enfraquecimento das posições políticas e militares do imperialismo na região abre o flanco para que as massas populares dos diversos países e nacionalidades intervenham na crise e deflagrem um amplo movimento para expulsar em definitivo os EUA e seus aliados do Oriente Médio, o que poderá abrir uma etapa de lutas vitoriosas de todos os povos da região. A gigantesca crise do imperialismo – que em sua essência nada mais é do que a manifestação da crise histórica do capitalismo – e todas as suas consequências nefastas para o conjunto da humanidade, coloca na ordem do dia a necessidade da luta para sepultar em definitivo a força política e militar inimiga dos povos, da soberania, do desenvolvimento, da emancipação e da liberdade.
A esquerda ao redor do mundo deve não só deixar de lado as considerações de natureza abstrata e secundárias sobre o caráter do regime iraniano e apoiar ativamente a luta de um país oprimido contra um país opressor. Os EUA possuem a maior máquina militar de guerra do planeta e as utiliza para impor seus interesses estratégicos, geopolíticos e econômicos ao redor do mundo. A luta de todas as nações e povos oprimidos e também do proletariado internacional deve estar voltada para a aniquilação e pela derrota política e militar do imperialismo