O Partido de Ciro Gomes, o PDT, junto com os demais países da Internacional Socialista – que nada tem de socialista se não o nome -, querem impor o capacho imperialista, Juan Guaidó, como verdadeiro Presidente da Venezuela. Eis aqui mais uma comprovação da política direitista e subserviente do capital internacional de Ciro Gomes e do partido que se tornou o PDT.
Legítimo ou Ilegítimo ? Uma questão de quem o imperialismo apoia!
A ideia de não reconhecer Maduro como presidente é absurda! Porque não seria ele legítimo? as eleições ocorreram da maneira de sempre. Os índices de participação só foram inferiores a época anterior de Chaves – este devido a sua enorme popularidade e investida contra a direita conseguiu votações recordes em sua época – e isto mesmo sofrendo um boicote da direita, que resolveu não participar das eleições. Votar não é obrigatório na Venezuela, mas mesmo assim os índices de participação nas eleições foram maiores, por vezes quase o dobro, dos países imperialistas que acusam o presidente de ser impopular e ilegítimo. Soa estranho acusar o único governo nacionalista da América do Sul a não ter sucumbindo diante um golpe de estado de ilegítimo, e caracterizar, por exemplo, o governo Bolsonaro de legítimo, governo fortemente marcado pela fraude eleitoral e pela perseguição dos militantes e representantes da oposição, não por acaso o partido prejudicado pelo golpe de estado. Lembrando que Ciro Gomes, após as eleições nunca levantou um dedo sequer contra o atual governo se não para fazer uma oposição concordante.
Lembrando que PDT não questionou quando Lula foi impedido de se manter candidato. O ex-presidente liderava a corrida eleitoral para a presidência, tendo chances de vencer no primeiro turno inclusive, negado justamente pelo juiz que posteriormente ganhou cargo de ministro no governo do vencedor. Mesmo assim o PDT além de participar das eleições que deste ponto já estavam caracterizadas como inquestionavelmente ilegítimas, não fez um movimento sequer para apontar a injustiça e questionar a legitimidade do governo eleito. Mesmo quando o governo de Jair Messias Bolsonaro se propõe a acabar com todos o meios de organização e autodefesas dos trabalhadores: sindicatos, partidos, legislação trabalhista, Ministério do Trabalho, organizações populares e movimentos sociais; e ameaça a oposição, não se ouve sequer um resquício de protesto vindo de Ciro. Mas quando os Estados Unidos e as potências europeias, aqueles que têm interesses notórios no controle político da Venezuela, que financiaram todas a onda de golpe que assola o continente Latino Americano, e empreenderam guerras devastadoras que arrasaram com as populações dos países invadidos, se posicionam contra o governo de Maduro, aí sim o ex-governador do Ceara e o Partido Democrático Trabalhista se tornam nos mais empenhados paladinos da democracia e os ferrenhos representantes dos interesses populares. Reconhecer um Juan Guaidó, que não passou por nenhum processo de seleção popular, como presidente da Venezuela, é a forma mais escancarada de golpe e usurpação que da política imperialista para os países subdesenvolvidos.
Quem é a Internacional Socialista, e qual o papel de Ciro Gomes no atual governo ?
A Internacional Socialista é a organização remanescente do que teria sobrado da 2ª Internacional. Essa organização, após ter entrado em crise por ter apoiado a entrada de alguns países na 1ª Guerra Mundial, e ter se omitido na ascensão do fascismo na Europa, recebendo duras críticas dos partidos comunistas, hoje assume o papel de confundir os setores mais atrasados da esquerda e repercutir as linhas gerais do imperialismo europeu. Junto com a união europeia eles querem dar o golpe em Maduro e forçar Guaidó goela abaixo da população venezuelana, que não por coincidência é do partido Vontade Popular, partido direitista que representa a Venezuela no seio da Internacional Socialista. Uma das organizações mais importantes para os operários no final do século XIX e início do século XX, hoje se encontra no papel de repercutir e reafirmar a política do imperialismo, impulsionando os candidatos que este escolhe para governar os países periféricos.
Em uma menor escala o papel de Ciro Gomes e do PDT são muito similares. O candidato que foi adotado por um setor ultraconfuso da esquerda pequeno-burguesa, serviu durante a toda a corrida eleitoral para dividir os votos do PT. Seu perfil parecido com o de Haddad, um discurso universitário dotado de um linguajar técnico que diziam resolver a maior parte dos grande problemas dos país, e sua falsa ferocidade contra Bolsonaro, levou à dúvida muitos eleitores confusos e convencidos pela globo de que o PT era uma alternativa ultrapassada sob o pretexto da corrupção. Esse personagem vinha sendo preparada bem antes de começarem as eleições, quando ele, sempre de modo dúbio e ambíguo, se “posicionou” contra o impeachment e a prisão de Lula. Depois das eleições o papel que adotou, assim como muitos outros elementos da tradicional direita brasileira, é de adestrador do fascista que nos governa, observando para que este não cometa nenhuma loucura que possa causar uma profunda crise no regime, tirando-o do controle, dando inclusive conselhos de governabilidade, emprestando seu economista, Mauro Benevides Filho (PDT-CE), para ajudar na formulação da reforma da previdência, principal reforma requerida pelos banqueiros internacionais. Ou seja, enquanto joga areai nos olhos da esquerda, auxilia o imperialismo a conduzir a política no Brasil e no resto do continente.
Ciro Gogógomes
Se ainda resta dúvida sobre o quão falastrão é o coronel do Ceara, basta simplesmente relembrar algumas de suas falas e seus atos para entendermos quais são suas verdadeiras intenções. Talvez a fala mais marcante de Ciro foi quando ele disse ele mesmo levaria Lula para uma embaixada caso este fosse ameaçado pela Polícia Federal, que após a prisão de Lula se tornou numa negação em reconhecer o ex-presidente como preso político. Temos também o curioso caso do ferrenho opositor do Bolsonaro que foi fazer oposição na Europa quando o fascista foi pro segundo turno contra o PT. Claro que o Ciro não poderia se opor a Bolsonaro no segundo turno, isso significaria se aliar com o PT, partido alvo do golpe no Brasil. Após eleição o Ciro até propôs a ridícula tentativa de criar uma frente única sem o PT contra o governo. Na verdade seu papel aqui é de reproduzir o que era o MDB na época da ditadura, a falsa oposição que permite a existência do regime de extrema-direita. No plano internacional seu papel é o mesmo. Repercutir o que a grande imprensa espalha sobre os regimes contrários aos interesses dos grandes capitalistas europeus e norte-americanos, e confundir a esquerda, por isso não deveríamos nos surpreender e nem nos enganar quando Ciro e sua corja se posicionam contra Maduro e apoiam um fantoche que se autoproclamou presidente para governa a Venezuela.