A Procuradoria de Genebra encerrou por “falta de provas” a investigação sobre o empresário colombiano Alex Saab, considerado como “testa-de-ferro” do Presidente Venezuelano Nicolás Maduro. Ele enfrentava acusações de supostas lavagens de dinheiro através de contas da Suíça. Alex é, na verdade, um perseguido político do imperialismo americano, este que, por sua vez, tenta de todas as maneiras impedir o avanço da Venezuela. Saab foi preso ainda em 2020, em Cabo Verde, enquanto fazia uma viagem entre o Irã e a Venezuela na posição de Representante Diplomático da Venezuela.
Detido pela Interpol e pelas autoridades locais enquanto fazia uma parada para abastecimento, foi acusado de ter branqueado mais de 350 milhões de dólares em prol de Nicolás Maduro através do sistema financeiro-norte americano. Ele fora indiciado um ano antes por procuradores federais dos EUA que, por sua vez, tentavam provar que Saab coordenava um suposto esquema de suborno para desenvolver moradias de baixa renda para o governo venezuelano.
É clássica e previsível a perseguição dos norte-americanos contra a Venezuela ou qualquer outro país que instale um regime que lhes contradiga, ou melhor, contradiga o “Sonho Americano”. Os EUA usam de seu aparato internacional e judiciário, através da Interpol, para acusar líderes socialistas ou países “subversivos” de corrupção, tráfico de drogas, armas, dentre um milhão de outros crimes. Estes ataques falsos chegam ao ponto de, mesmo com todo o aparato à disposição do Imperialismo, obrigar os EUA a pararem as investigações porquê simplesmente não possuem sustentação legal ou, ao menos, provas.
Foram oito crimes lhe imputados: um de “conspiração para cometer lavagem de dinheiro” e sete de “lavagem de instrumentos monetários”. De acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, entre novembro de 2011 e setembro de 2015 a Saab, juntamente com outros cúmplices, transferiu esses recursos ilícitos da Venezuela para contas bancárias dos Estados Unidos, razão pela qual Washington defende ter jurisdição no caso.
Um porta-voz da Procuradora de Genebra confirmou para a agência de notícias Efe, da Espanha, que o processo foi classificado em dezembro de 2020, por falta de provas. Alex continua detido em Cabo Verde e enfrenta uma possível extradição para os Estados Unidos, para que lá seja processado. A defesa de Saab sustenta que o Ministério Público suíço já haveria investigado informações obtidas junto ao banco local UBS, que evidenciaram apenas movimentos entre contas bancárias dentro do país, fator qual tornava as provas obtidas até então insuficientes para dar seguimento ao processo.
O Tribunal de Justiça da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), ao ser confrontado pelo governo Norte-Americano, afirmou em nota que Saab deve ser libertado, considerando sua detenção “arbitrária e ilegal”. Não obstante, requereu também o pagamento por parte de Cabo Verde de 200.000 dólares como “compensação pelo prejuízo moral sofrido em consequência da sua prisão arbitrária e detenção ilegal”, instando as autoridades cabo-verdianas a pararem a extradição para os EUA.
Contudo, dois dias depois, o Supremo Tribunal de Justiça cabo-verdiano autorizou a extradição para os EUA de Alex Saab, rejeitando o recurso da defesa, decisão que não chegou a transitar em julgado, com o recurso da defesa para o Constitucional. A defesa de Alex Saab, recorreu na quinta-feira passada para o Tribunal Constitucional de Cabo Verde, suspendendo desta forma a decisão do Supremo, de extradição para os Estados Unidos da América (EUA).
A defesa de Alex Saab, alega, agora, que o Governo da Venezuela lhe garantiu passaporte diplomático e que foi detido em Cabo Verde em junho na qualidade de seu “enviado especial”, de forma que o recurso movido invoca “inconstitucionalidades cometidas ao longo do processo e na aplicação de normas em matéria de aplicação de direito internacional”. A defesa, no âmbito do recurso à decisão do Supremo Tribunal de Justiça de Cabo Verde, alega a violação de regras da CEDEAO, “da penalidade, da reciprocidade e da especialidade, sem prejuízo de todas as questões relativas ao estatuto de ‘enviado especial’, de imunidade diplomática e inviolabilidade pessoal”. Alex, enfim, está a poucos passos de provar sua inocência e mostrar ao mundo, mais uma vez, a política nefasta do Imperialismo Norte-Americano.