Na medida em que o PSOL joga fora sua máscara socialista e demonstra sua dedicação à direita, a burguesia passa a apostar as fichas no partido para confundir a classe trabalhadora e desmontar o PT. A título de exemplo, em Belém, no segundo turno, o candidato Edmilson Rodrigues (PSOL) está contra o delegado Everaldo Eguchi (Patriota), e notoriamente recebe apoio de partidos direitistas como o PSDB e o PV.
Esses partidos são ligados diretamente ao imperialismo, responsável por toda a crise nefasta imposta no País, e assim, em conjunto com a articulação da frente ampla que marca as candidaturas do PSOL, fica claro que uma eventual conquista da prefeitura de Belém não faz avançar nem um milímetro a luta contra o fascismo. Pelo contrário, trata-se de uma alternativa suicida no combate ao bolsonarismo e aos golpistas, e por isso, precisa ser sistematicamente denunciada.
Eguchi é o candidato tipicamente bolsonarista, além de ser de um partido da extrema direita, é representante do aparato repressivo do Estado e apoiado abertamente pelo presidente e seus aliados. Já Edmilson, é um pouco mais enfeitado. Sua base são os setores esquerdistas da classe média e recebe apoio tanto de artistas como a paraense Gaby Amarantos, Caetano Veloso, Fafá de Belém como da direita golpista.
É normal, principalmente entre a pequena burguesia, uma enorme confusão em tais situações. Uma premissa absurda que reina nesse terreno, é a de que é preciso votar, independente do candidato ou da política. Assim, a conclusão óbvia é a de que é necessário votar no “mal menor”, como a única alternativa de combate ao bolsonarismo. Entretanto, o candidato “menos pior” também é financiado pelos mesmo que financiam o bolsonarismo, ou seja, finalmente, você escolhe o método pelo qual o fascismo será aplicado durante a crise e desvia a classe trabalhadora da mobilização necessária para barrá-lo.
Deste modo, uma ala da direita, a mais tradicional no caso de Belém, aproveita para reviver seus candidatos e prosseguir com sua política por acordos imperecíveis com os típicos partidos de legenda, como o PSOL. Além disso, é uma ótima oportunidade para tentar criar uma alternativa ao PT, que por ser um partido com uma representação muito maior dentro da classe operária, não é capaz de levar adiante a política que os golpistas têm em mente para o próximo período.
Entre os partidos mais direitistas que apoiam o candidato do PSOL, estão partidos políticos do bloco mais fundamental e tradicional do regime burguês, como o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e sua sub-legenda, o Partido Verde (PV). Além deles, outro extremamente direitista que declarou apoio ao PSOL foi o Cidadania.
O PSDB, consagrado golpista e reconhecido por sempre defender os interesses da burguesia, que levou a população ao atual estado de miséria, declarou o apoio através do presidente de sua juventude paraense, Pablo Alves, que se posicionou através de sua conta no Twitter;
“Como social democrata em Belém, não dá pra ter outro lado. Dia 29 é dia do voto útil 45 + 5”.
Já em relação ao PV, ele declarou seu apoio a Edmilson em uma nota repleta de demagogias que revelam as segundas intenções por baixo de um mero apoio eleitoral:
“O PV JAMAIS se aliaria a um candidato ou partido que viesse contra as suas ideologias, que apresenta um plano de governo retrógrado e que demonstra um total desconhecimento de gestão e de visão humana e ambiental e por esses e tantos outros motivos, o PV de Belém NÃO fará base ao candidato, do partido Patriotas, EGUCHI e repudia veementemente seu plano de governo e o desrespeito às minorias.
Quanto ao candidato Edmilson Rodrigues, do PSOL, entendemos, que mesmo tendo inúmeras diferenças ideológicas, seu plano de governo está mais próximo dos verdes, deixando claro que este é o melhor candidato apresentado.
Após debates internos, entre filiados e direção, o PV de Belém DECIDE liberar suas candidatas, candidatos e filiados para apoiarem o candidato Edmilson Rodrigues do PSOL, sem firmarem acordos pelo PV, ou falem em nome deste”
É óbvio que o PV nunca lutou e nunca irá lutar pelas “minorias” e no rumo do ambientalismo. Na realidade, são suas falácias típicas, repetidas pelos psolistas, para enganar a classe trabalhadora, que deve lutar diretamente contra o imperialismo e o golpe de estado, para assim travar a luta política por toda população oprimida e pelo próprio meio ambiente.
O Cidadania também se posicionou a favor do voto em Edmilson. Em nota, assinala que
“Reunido com suas executivas estadual e municipal de Belém, assim como com a representação dos candidatos que concorreram ao pleito eleitoral de 2020 em Belém, decidiu, por ampla maioria, o indicativo de voto para Edmilson Rodrigues, candidato a prefeito de Belém pelo Psol 50”.
Continuando a nota, percebe-se as inúmeras baboseiras baixas para ocultar a obscuridade da aliança: “Respeitando o resultado das urnas e parabenizando a campanha propositiva conduzida pelo nosso candidato Thiago Araújo, e entendendo que ambos os projetos apresentados à opção de votos da população de Belém no segundo turno não expressam plenamente nossos ideais e as propostas do partido, mas em respeito à democracia, preocupados com o risco de retrocesso e com o propósito de combater à intolerância, preservando a diversidade de pensamentos, dentro dos princípios que norteiam nossas diretrizes partidárias, não podemos ter outra posição”.
A UP, que diz ser de extrema esquerda, a reboque da direita e da frente ampla, também apoia a candidatura. Como também fazem os partidos tradicionais da esquerda parlamentar, o PCdoB e PT – colaborando para seu próprio desmonte – e os pseudo esquerdistas como Rede e PDT.
Diferente de como anda a política confusa e fracassada da esquerda, que indica para a população que o combate ao fascismo é pela via eleitoral, o PCO defende, não só em Belém, mas em todo Brasil o voto nulo contra os golpistas e seus aliados.
Por uma grande mobilização pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas e por Lula presidente!
Vote nulo contra a frente ampla e os golpistas! Não vote em candidatos oportunistas e pequeno-burgueses.