Guilherme Boulos, principal articulador da política direitista da frente ampla com o “centrão” dentro do movimento popular, novamente está tentando tomar de assalto todo um movimento nas ruas pelo Fora Bolsonaro e está tentando se colocar como dono da manifestação. Depois de fazer um acordo com João Doria e do comando da Polícia Militar para tirar a manifestação realizada na semana passada da Avenida Paulista para o Largo da Batata e deixar a Paulista para a extrema-direita.
Diante desse sinal de traição do movimento Fora Bolsonaro e capitulação diante dos fascistas, novas manifestações foram convocadas pelo Partido da Causa Operária (PCO) e diversas organizações populares, como a Central de Movimentos Populares (CMP), para este final de semana na Avenida Paulista.
Vendo essa situação, Guilherme Boulos rapidamente enviou seu representante para negociar novamente com o governo do fascista João Doria e a Polícia Militar para assinar novamente um acordo em nome dos manifestantes segundo o qual os atos na Avenida Paulista serão intercalados. Uma semana para a esquerda e outra semana para os fascistas.
Esse é o segundo acordo que Boulos faz que é traiçoeiro e contrário ao movimento de luta contra o governo Bolsonaro. Mais uma vez quer ser o representante de um movimento que sequer esse elemento apoia, pois é da ala que diz que os trabalhadores têm que ficar em casa esperando a pandemia passar.
Na verdade, essa decisão é um acordo realizado por Guilherme Boulos com a direita para não haver luta contra o fascismo. É um excelente exemplo da frente ampla e dos manifestos com a direita assinados por ele.
A confusão política colocada por Boulos nesses acordos revela uma tentativa de convivência pacífica com os fascistas que estão procurando se organizar para esmagar as organizações populares e de esquerda através de uma intervenção militar.
Essa direita fascista que está realizando atos pedindo intervenção militar não é minimamente democrática e não é um debate de ideias, apenas uma forma de se organizar para atacar duramente os trabalhadores e suas organizações.
Os manifestantes que estão indo para as ruas sabem que é necessário acabar com as manifestações dos fascistas e colocá-los para correr, tomando as ruas para os trabalhadores, e encerrando essa encenação ridícula do governo Bolsonaro e dos bolsonaristas nas ruas. Esse é o método correto para combater o fascismo, no sentido oposto da proposta de Guilherme Boulos de convivência pacífica com a extrema-direita, dando um golpe nos manifestantes que querem lutar nas ruas.
A extrema-direita é uma minoria entre a população e busca se impor através da violência e do aparato policial, portanto é preciso tomar as ruas e não ser partidário da política de garantir o seu direito “democrático” a manifestação.
É preciso denunciar duas coisas. A primeira é a tentativa de Guilherme Boulos em aparecer como líder do movimento do Fora Bolsonaro sendo que até pouco tempo atrás nem apoiava essa palavra de ordem e porque é contrário a realizar essa luta nas ruas. Boulos não representa e não pode falar em nome do movimento.
A segunda é que a chave da situação política nesse momento é a posição de que não deve haver atos bolsonaristas em nenhum local do Brasil e essa direita deve ser varridas da ruas, porque é inimiga do povo e dos direitos democráticos mais elementares. É a única maneira de impedir o avanço do fascismo e da extrema-direita no Brasil.