Guilherme Boulos, dirigente do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST) de São Paulo, tem um passado de repetidas capitulações e alianças, mesmo que não declaradas, com setores da direita nacional no período recente.
Em um passado não tão distante, foi uma liderança do movimento “Não vai ter Copa”, que fazia intensa campanha contra o governo de Dilma Rousseff (PT) e deu apoio para toda a maquinação golpista que veio a arrancar seu mandato em 2016. A sua frente “Povo sem medo” foi justamente criada com a finalidade de dividir e atrapalhar a mobilização da “Frente Brasil popular”, capitaneada pelo PT e que procurava lutar contra o golpe de estado.
Mais recentemente, Boulos deu preciosa ajuda para a extrema-direita, ao sabotar o movimento que visava expulsar os fascistas da Avenida Paulista em São Paulo e que teve início com a mobilização dos torcedores de futebol. Entre suas ações de sabotagem, houve mudança de local do ato na véspera e acordo com judiciário para “rodízio” de manifestações na Avenida Paulista, acordo esse que fez com que o judiciário ameaçasse com multa na casa dos R$300 mil qualquer organização que viesse a se manifestar na Paulista no fim de semana passado.
Todo esse histórico de capitulações e traições já o colocaria posicionado no setor mais direitista da esquerda. O atraso que as ações de Guilherme Boulos geraram para o movimento popular é imensurável, e felizmente poderá ser superado porque a população está determinada a se manifestar pelo “Fora Bolsonaro”.
Após estrelar um debate para discutir os rumos do país com ninguém menos do que Kim Kataguiri, pode-se dizer que Guilherme Boulos é o representante-mor da esquerda dentro da chamada “Frente Ampla”. O líder do MTST está agora cotado para participar do ato virtual chamado “Direitos Já”.
Toda a operação consiste numa farsa total, diversos setores da direita nacional que já foram jogados para a lata de lixo da história da política irão utilizar a plataforma para tentar se reciclarem, sob o falso pretexto da luta contra Bolsonaro. Entre os convidados estão Ciro Gomes, Luciano Huck, Fernando Henrique Cardoso, José Sarney, Michel Temer e até o General Santos Cruz.
Ao se colocar ao lado desses golpistas da direita, junto com outros oportunistas da esquerda pequeno-burguesa como Marcelo Freixo, Flávio Dino e Fernando Haddad, Boulos confunde toda a população sobre quem são os verdadeiros inimigos do povo. Todos lembram da participação dessas figuras macabras no golpe de estado dado contra Dilma Rousseff e que foi o grande gestor do governo Bolsonaro. Fundamentalmente, a política deles não se opõe em nada à de Bolsonaro, pelo menos no que diz respeito ao ataque contra os trabalhadores.
Não se deve aceitar nenhuma frente com a direita golpista e é fundamental abrir os olhos de todos sobre a participação nociva que Guilherme Boulos vem tendo dentro do movimento de luta contra o golpe desde o seu princípio.