N última sexta-feira (13/11), os militantes e simpatizantes do Partido dos Trabalhadores foram surpreendidos com uma decisão da candidata do PT a prefeitura de Porto Seguro (BA), Lívia Bittencourt, de abandonar a sua candidatura e apoiar o golpista e bolsonarista Uldurico Junior (Pros), ligado a ACM Neto.
A decisão caiu como uma bomba não somente entre o PT, mas em toda a esquerda da cidade com a decisão e com o apoio do senador Jacques Wagner e do governador Rui Costa. A traição de Lívia e da ala direita do PT ligado ao senador e ao governador causou uma enorme confusão entre os apoiadores da campanha, o PT e da esquerda em geral que não entenderam a manobra e saíram realizando uma campanha ainda pior que a decisão traidora de Lívia, Wagner e Rui Costa.
Setores da esquerda, como o PSOL comemoram o golpe contra o PT de Porto Seguro, grupo de mulheres atacaram o PT e se solidarizaram à traidora Lívia, militantes se posicionaram a votar em outro bolsonarista candidato na cidade devido a traição do da cúpula do PT no Estado, mas temos que entender que essa é uma politica que está sendo utilizada em todo país para a esquerda na chamada frente ampla, que nada mais é colocar os trabalhadores e a luta contra o governo Bolsonaro a reboque da direita golpista.
Dentro do PT essa política é defendida pela ala direita do partido e é coordenada pelo senador Jacques Wagner e pelo governador Rui Costa que realizam uma política de se alinhar com a direita golpista em detrimento do PT.
Dois golpes contra os militantes do PT
A candidatura de Lívia para a prefeitura de Porto Seguro foi uma imposição do próprio Jacques Wagner para o diretório municipal do PT e sua base que foi totalmente contrária, mas não reverteu a situação.
Lívia nunca foi do PT e nem havia simpatia pelo partido. Era filiada ao PSB e foi eleita vereadora por este partido e chegou a ser secretária de Assistência Social, da atual prefeita Cláudia Oliveira (PSD).
A sua filiação foi um “enxerto” dentro do PT para impor essa política da direita do PT e passar por cima dos militantes do PT na cidade, tanto foi assim que gerou uma enorme crise e houve afastamento de pessoas do partido e a saída de vários quadros. Foi uma candidatura para sufocar uma candidatura ligada aos trabalhadores na cidade.
A ligação de Lívia com Jacques Wagner e Rui Costa é muito intensa e o abandono de sua candidatura sem consulta aos militantes do PT é uma enorme traição. É apenas uma correia de transmissão de uma política de acordo com a direita golpista. Seu choro e tristeza é somente uma maneira de evitar críticas diante do enorme repúdio de toda a base do PT da cidade da política de frente ampla com a direita importa pela direção do PT da Bahia.
A frente ampla na prática
A direita que estão na direção do PT da Bahia está colocando em prática a política da frente ampla e o caso de Lívia Bittencourt é uma aproximação com a direita golpista desde o início. A decisão de Jacques Wagner e Rui Costa em fazer com que a candidata ligada a ala direita do PT em desistir da candidatura a prefeitura de ultima hora e sem chance de substituir Lívia é um enorme golpe contra os militantes do PT e uma aproximação cada vez maior da ala direita do PT com os golpistas ligados a ACM Neto.
Jacques Wagner, Rui Costa e Lívia Bittencourt estão apoiando Uldurico Junior, um golpista ligado a ACM Neto e Bolsonaro, que atacou o PT, votou pelo impeachment de Dilma Roussef, a prisão de Lula, e todos os ataques realizados pelo governo Bolsonaro como a reforma da previdência e contra a manutenção do auxílio emergencial.
A direita do PT busca apoiar setores da direita golpista que possuem uma divergência extremamente secundária, mas que votam em sua totalidade nos ataques da direita contra a população, buscando alternativas a uma ala esquerda do PT e ligada a Lula. A direita apoia a frente ampla porque passa por um processo “reciclada” depois de dar o golpe e apoiar os ataques do governo Bolsonaro contra os trabalhadores.
A direita quer uma esquerda domesticada
Diante do agravamento da crise, a direita busca meios de evitar uma luta nas ruas contra o governo Bolsonaro e que haja um avanço da luta contra os golpistas. Querem ter o controle da situação e que a esquerda se coloque a reboque de uma política de direita.
A esquerda realiza essas frentes com a direita a troco de nada, apenas para que as manifestações sejam estranguladas e não haja luta contra a direita nas ruas, mas apenas dentro das instituições. Esse comportamento de Jacques Wagner e Rui Costa somente fortalecem a direita golpista e desmoralizam a luta contra o golpe, contra o governo Bolsonaro e contra os ataques da direita no Congresso Nacional.
A política da direita do PT é amplamente rejeita e a decisão em Porto Seguro abriu uma enorme crise, tanto que Lívia foi colocada para correr, sendo chamada de traidora e vendida por militantes do PT. O golpe da direita foi tamanho que a desmoralização pode prejudicar os candidatos a vereador e levar a uma derrota ainda maior nas eleições.
É necessário denunciar e lutar contra a frente ampla e denunciar a ala direita do PT, liderada por Wagner e Rui, de isolar setores populares e ligados aos trabalhadores para beneficiar candidatos da direita golpista como Uldurico Junior.