Não há nada de “novo” nos bolsonaristas. Na verdade, eles são descendentes diretos de outros fascistas que desempenharam papeis repressivos e reacionários em momentos diversos da História brasileira.
Exemplo recente é Henrique Fonseca de Araújo, pai do chanceler “olavete” Ernesto Araújo. Investigação da Folha de S. Paulo revelou que Henrique foi procurador da República em pleno regime militar brasileiro e negou, em 1978, pedido de extradição a quatro países que queriam julgar o comandante de um campo de concentração nazista, Gustav Wagner.
Wagner fugiu para o Brasil e era acusado por crimes contra a Humanidade. Responsável pela morte de 250 mil prisioneiros, o genocida nazista acumulava mais de mil páginas de processo, e foi protegido pelo governo Brasileiro sob justificativas burocráticas ou claramente falsas, como a de que o crime estava prescrito ou faltava documentação que fundamentasse a extradição. Outro dos responsáveis pela proteção do nazista foi o juiz Carlos Thompson Flores, avô de Thompson Flores Lorenz, juiz golpista que condenou Lula no TRF-4.
Ironicamente, Ernesto Araújo foi um dos responsáveis pela extradição à Itália de Cesare Battisti. Battisti precisou fugir para a Bolívia porque o governo bolsonarista não lhe daria mais asilo, e lá acabou sendo pego pelas autoridades locais. O italiano é acusado de crimes comuns, mostrando como o regime bolsonarista é fascista e opera ideologicamente. Um criminoso de guerra genocida nazista é protegido, enquanto um militante de esquerda é perseguido.
Ou seja, Ernesto Araújo é a continuidade de uma escória que pertence à lata de lixo da História. O olavete almofadinha ainda afirma sem qualquer pudor que o pai desejou pegar em armas e servir à “revolução” de 1964, para lutar contra Brizola. Diz ainda que o pai combateu as greves do ABC, lideradas por Lula, em 1979. A esquerda organizada não pode deixar estes golpistas no governo brasileiro.