Nesse último período, assim que as Organizadas saíram às ruas contra os fascistas de camisa amarela, a tentativa de resgatar a direita tradicional, o famigerado “centro”, vem sendo cada vez mais intensa. Além de contar com setores da esquerda nacional, a manobra contra primeiramente, claro, com a imprensa burguesa. Em especial, o jornal golpista Folha de S. Paulo que iniciou a campanha de usar amarelo “pela democracia” nos atos.
Além de ser uma campanha de uma hipocrisia aberrante, pois foi justamente esse tabloide que foi um dos maiores agitadores do golpe de Estado dado em 2016 e o “pai” do bolsonarismo, ela tem um objetivo político muito bem definido: acalmar os ânimos da intensa polarização política do país. E para isso seria necessário reviver o dito “centro”, a direita tradicional, também conhecida como “direita limpinha”.
O “centro” político do país se vê uma completa decomposição. Por conta de ser um setor extremamente incoerente, foi a ponta de lança do golpe. Ao mesmo tempo que se diz contra o Bolsonaro, apoia seu projeto econômico neoliberal, liderando a privatização da água, a reforma da previdência, a reforma trabalhista e todos os outros duros ataques a classe trabalhadora de conjunto.
No entanto, a campanha teve o efeito contrário nos leitores, não alavancou em nada o “centro” político golpista. O setor de esquerda vê a campanha do amarelo como um resgate do golpe de Estado de 2016, da campanha dos patos, etc. Já o setor de extrema direita, vê a campanha como uma crítica aos militares e a ditadura de 64 a 85, que eles consideram em um delírio fascistóide que livrou o país do comunismo.
Logo, a tentativa da Folha de reciclar a direita tradicional (centrão) se choca com a tendência à polarização política entre Bolsonaro e o movimento pelo Fora Bolsonaro. É uma manobra falida de antemão, e deve ser denunciada pelos setores que combatem o bolsonarismo e o golpe como verdadeira uma farsa, junto com os setores ditos de esquerda que acompanham a tentativa frustrada do tabloide burguês de “acalmar o ânimos” usando o amarelo, a cor do golpe, do DEM, do PSDB, do Bolsonaro. É preciso além de denunciar essa falcatrua, sair às ruas com a cor dos trabalhadores: o vermelho. Fora Bolsonaro e todos os golpistas, como a Folha d S. Paulo!