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Capitalismo em decomposição

Crise se aprofunda e burguesia dá o sinal de alerta

Acirramento da luta de classes coloca a população entre o contágio pela pandemia e o fuzil das forças armadas. É preciso uma política dos trabalhadores

Foi divulgado nesta quarta-feira, 13 de maio, um estudo realizado pelo Ministério da Economia com previsão de uma retração econômica ainda mais forte a partir do mês de julho, em decorrência da interrupção das atividades econômicas, a política adotada para reduzir o surto de contágios da pandemia do coronavírus e nas últimas semanas defendida pelo imperialismo. Não mais.

A postura dos interlocutores do imperialismo deve ser observada com atenção, esta ala da burguesia defendia a adoção de medidas de isolamento social mas diante do aprofundamento da crise, vem apresentando uma profunda guinada em sua posição, defendendo, conforme as palavras do ministro da Economia, Paulo Guedes, uma “retomada controlada” para impedir o país de “virar uma Venezuela.” O ministro obviamente não fazia referência ao sucesso do regime bolivariano em controlar a pandemia no país, mas ao caos provocado pelo bloqueio genocida imposto pelas nações imperialistas ao país vizinho.

Ilustrativo da mudança operada em função do agravamento da crise, a imprensa burguesa já demonstra preocupação com o bem-estar da população após o segundo semestre em função da expressiva piora no quadro econômico. Aqui vale a máxima, quem acredita nisso, acredita em tudo. A mesma imprensa golpista desde pelo menos a ditadura militar de 1964 a 1985, defensora do golpe de 2016 e de todos crimes cometidos pela ala mais imperialista da direita contra os trabalhadores, está preocupada com tudo menos o povo.

A mudança dos humores, perceptível tanto na defesa mais enfática da reabertura da economia por Guedes quanto nos editoriais dos jornalões, são um forte indicativo de que ataques ainda mais severos contra a população estão sendo preparados. Em alguma medida, este anúncio já foi feito pelo Itaú (que em entrevista recente, prometeu entregar a fatura da crise ao povo em breve) mas vai se concretizando de maneira ainda mais ameaçadora, algo que está posto na fala de um destacado funcionário do imperialismo, o governador do Rio Wilson Witzel (PSC), que em seu projeto de “lockdown” (aqui, um eufemismo para estado de sítio) prevê a elaboração de um documento que funcione como espécie de permissão para que os trabalhadores possam se deslocar ao trabalho, e não precisa muita imaginação para supor que este será o único deslocamento permitido pelo regime. Igualmente preocupante é a notícia de que as forças armadas farão o patrulhamento da população para coibir aglomerações, como já está previsto para ocorrer em Curitiba e na região amazônica.

O que fica claro é que as quarentenas darão lugar ao estado de sítio aberto com agravante de que estes vigorarão em paralelo à retomada das atividades econômicas, o que implica na população sendo exposta ao coronavírus no momento em que o surto de contágios explode, e antes da chegada do inverno, estação que tende a potencializar os efeitos de doenças gripais. Um presente da chamada “direita civilizada”.

O quadro amplo revela a necessidade de uma política própria dos trabalhadores, independente de seus algozes da burguesia por uma razão óbvia e que agora ganha novos dados concretos. A única preocupação da burguesia é com o próprio lucro. Se isso os levar a colocar os trabalhadores de volta aos seus postos sob condições de insalubridade mortal, eles farão sem a menor crise de consciência. A esquerda pequeno-burguesa, dependente politicamente da burguesia, se revela incapaz de lutar efetivamente pelos interesses reais dos trabalhadores, o que os torna pouco confiáveis num contexto de crise, quando a luta de classes, longe de se atenuar, se acentua com muita radicalidade.

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