A greve dos professores em todo o Estado de São Paulo se expande a cada dia, depois da APEOESP (Sindicato dos Professores Estaduais de São Paulo) aprovar de maneira acertada a greve da categoria em 5 de fevereiro, dezenas de outras categorias fazem o mesmo e seguem o exemplo dos professores estaduais. Como exemplo temos os professores municipais de São Paulo que em 10 de fevereiro fizeram o mesmo e deflagraram greve total e neste momento realizam a greve mais forte no Estado. Assim, também, no ABC Paulista, os professores municipais de Santo André seguiram o exemplo destas duas grandes categorias e deflagraram greve no último dia 19 de fevereiro, com mais de 300 professores em assembleia online.
Neste momento a APEOESP já anuncia mais de 800 professores contaminados em cerca de 400 escolas da rede Estadual de São Paulo. Frente à escalada da evolução da contaminação, até mesmo várias escolas privadas retrocederam quanto à reabertura das escolas e fecharam suas portas. As Universidades adiaram novamente a volta às aulas. Em todo o País cresce a tendência a se enfrentar com essa política genocida, amplificada neste momento por João Doria e Bruno Covas, mas já testada e reprovada no Brasil (como em Manaus, onde 10 dias após o retorno, 30% dos educadores testaram positivo para a covid-19) e em todo o Mundo (como no casos dos países europeus que reabriram as escolas e tiveram que voltar atrás diante da explosão de novos casos.
Enquanto toda essa situação ocorre, com o aumento da conscientização de que é necessário ampliar a luta e que se reflete em uma das questões aprovadas na última assembleia da APEOESP, com a marcação do ato público unificado com os servidores municipais de todo o Estado, na Avenida paulista na próxima sexta feira, setores políticos da direção sindical da APEOESP, que se reivindicam como oposição (mesmo estando na direção da APEOESP há mais de 20 anos), e que é liderada por militantes do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), mais especificamente, pela ala do PSOL oriunda do PSTU, chamada de Resistência, assim como outros satélites políticos do mesmo na direção sindical que lutam, pasmem, para acabar com a greve e assim se aliar de vez a João Doria. Essa posição defendida em todas as regiões do Estado, mais especificamente, nas quatro grandes assembleias regionalizadas que ocorreram. A posição apoiada é de tamanha traição à vida de milhares de pessoas, entre elas, os professores, os alunos e suas famílias, se colocando a favor do fim da mobilização que é a única arma dos trabalhadores da educação para evitar a ampliação do genocídio de Doria, Covas e Companhia.
A maioria das assembleias (3 regiões) deliberaram por ampla maioria pela continuidade da greve e, pela primeira vez, desde o seu começo, duas semanas atrás, foi aprovada a realização de um ato-caminhada-carreata, na próxima semana, na Avenida Paulista, unificado com os trabalhadores da Educação do Município de São Paulo.
A posição fura greve do PSOL/satélites foi vitoriosa apenas no Bloco 2 – parte da Capital e Grande São Paulo, onde se agrupou uma maioria de subsedes dirigidas pela ala “oposicionista” da diretoria.
Para justificar tamanha traição estes setores alegam que devem acabar com a greve, pois a paralisação é muito pequena. No entanto, estes mesmos setores que dirigem dezenas de subsedes sindicais pelo Estado afora, em várias regiões da capital, da grande São Paulo e até no Interior não realizaram nenhuma ampla campanha de mobilização dos professores, nem mesmo em suas subsedes, não tiraram panfletos, não organizaram atos, não moveram uma palha para impulsionar a luta, tendo inúmeros casos de conselheiros do sindicato de ambas alas da direção sindical que furaram a greve, sendo denunciados por professores grevistas de tal situação, numa verdadeira desmoralização política.
Outra tentativa de justificar sua política pelega, amplamente divulgada e repetida nas assembleias é dizer que a greve não vai para frente pois a direção majoritária ligada à Articulação Sindical (PT) sabota as mobilizações (que eles querem enterrar de vez).
A aprovação da greve estadual foi o estopim para a defesa de inúmeras outras categorias que já se solidarizaram com a greve estadual e unificaram o movimento na prática, como é o caso dos mais de 80 mil profissionais em educação do município de São Paulo, numa greve que paralisa várias escolas em todas as regiões da capital e só não é maior e mais radicalizada em razão da sabotagem do presidente da entidade, o ex-vereador da base de João Doria, Cláudio Fonseca e sua diretoria. Assim como também categorias menores, como os professores municipais de Santo André, que amparados nas greves dos companheiros do Estado e da Prefeitura de São Paulo aprovaram a sua greve contra o genocídio no ABC Paulista.
É preciso cercar a greve de todo o apoio necessário, ampliá-la para toda a categoria, para outros Estados, impulsioná-la e exigir das entidades nacionais, como a CNTE e a CUT, a convocação de uma greve nacional geral da Educação contra o retorno das aulas presenciais, pelo fornecimento pelo Estado de estrutura necessária para um trabalho remoto de qualidade (distribuição gratuita de equipamentos, internet grátis para todos etc.), sob o controle dos educadores e de suas organizações.
É preciso garantir os salários integrais e com a reposição das perdas diante da inflação, dos trabalhadores da Educação e a estabilidade no emprego de todos os funcionários, inclusive terceirizados e “temporários” (como os “categoria O” de SP), com a readmissão dos demitidos a partir do início da pandemia.
Os governos inimigos da Educação e da população, estão “economizando” recursos demitindo e mantendo salários dos trabalhadores e dos servidores “congelados” e deixando grande parcela da população com fome ao negar a manutenção das merendas escolares no período de pandemia, enquanto muitos destes pais estão desempregados e sem qualquer auxílio. É preciso exigir o pagamento de cestas básicas para todos os alunos da rede pública, para evitar que milhões pereçam de fome.
Esta situação reforça a necessidade da luta por colocar para fora os governos direitistas de Covas, Doria, Bolsonaro e todos os golpistas e a luta por eleições gerais, com Lula candidato.
Todos à avenida Paulista, na manifestação unificada com os trabalhadores da Educação do Município de São Paulo com o ato-caminhada-carreata, na próxima sexta-feira, dia 26 de fevereiro.