O maior sindicato do Pais, dos professores do ensino oficial do Estado de São Paulo, realizou ontem o primeiro protesto de rua contra a política criminosa do governo João Dória (PSDB) e de toda a direita golpista de determinar o retorno às aulas em plena pandemia como parte da política de retomada das atividades econômicas, buscando passar a impressão de que a situação está sob controle, para defender os interesses dos grandes capitalistas diante da crise. E, em consequência, multiplicar o gigantesco número de mortos na pandemia que, oficialmente, devem completar cerca de 90 mil no dia de hoje, mas que – de fato – todos sabem ser de mais de 150 mil mortos – pelo menos.
A política de retorno às aulas é parte da politica genocida de Bolsonaro e de toda a direita que nada fizeram para enfrentar a situação e continuam a não fazer. Não há testes em massa, não ha atendimento para a maioria da população , nada de obras de saneamento, nada de distribuição de equipamentos de proteção etc. apenas propaganda enganosa, destacadamente, dos governadores direitistas como Dória, que se apresentam como “científicos” e ameaça condenar milhões de criança, jovens e adultos à contaminação e milhares de mortes pela covil-19 para impulsionar a reabertura e defender os interesses dos capitalistas e suas máfias políticas. Não querem, por exemplo, que aconteçam eleições sem a volta às aulas, temendo serem responsabilizados – como devem ser – pelo genocídio da população.
Isso quando estudos da Fiocruz, entre outros, apontam que a volta às aulas, como pretendida pelo Ministério da Educação (MEC) do governo ilegítimo de Bolsonaro e pelos governantes reacionários, poderia levar à contaminação de – pelo menos – 9,3 milhões de idosos e adultos e, por certo, de mais de 15 milhões de crianças e jovens. Como mostra o caso da “escola de excelência” do Exército Brasileiro, a AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras), em Resende, onde 13% dos alunos (248) foram infectados pelo coronavírus.
Ainda muito pressionada pela politica conservadora da esquerda de não realizar protestos durante pandemia – se colocando à reboque da direita que defende, da boca para fora, o “fique em casa”, ao mesmo tempo em que condena. milhões à contaminação no trabalho, no transporte etc., a diretoria da APEOESP convocou uma carreata para protestar em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, no dia de ontem.
Mostrando seu caráter ditatorial, o tucano determinou o bloqueio pela Polícia Militar, das ruas próximas ao Bandeirantes, impedindo o acesso dos carros. Revoltados, professores presentes, pressionaram para que se realizasse uma passeata ate o palácio. A criminosa Tropa de Choque do governo entrou em ação e fechou todos os acesso com centenas de policais armados até os dentes e dezenas de carros, helicópteros etc.
Mesmo assim os professores realizaram protestos no local, com palavras-de-ordem contra o governo e a ditadura da PM.
A manifestação acabou por se constituir no primeiro protesto de rua de um grande sindicato do País contra a ofensiva da direita em plena pandemia, ultrapassando – ainda que momentaneamente – a paralisia da burocracia sindical que transformou em dogma a decisão de não sair às ruas para lutar, mesmo com o País tendo mais de 100 mil mortos e 2,5 milhões de infectados e com todo o tipo de medida adotada contra os trabalhadores, desde as demissões em massa, rebaixamento e “congelamento” dos salários, aumento exponencial da fome e da miséria etc., como se fosse possível enfrentar e barrar esta ofensiva sem mobilização real sem lutas nas ruas.
Até agora, somente setores, relativamente, mais desorganizados, sem organização sindical forte e tradição de luta, como entregadores de aplicativos e trabalhadores de call center vinham realizando protestos de maior vulto, além de trabalhadores de setores da saúde, paralisações parciais dos correios etc.
O protesto nas ruas do Morumbi, mostrou o caminho que precisa ser trilhado pelos professores, pela juventude e por toda comunidade escolar contra a politica genocida de Covas, Bolsonaro e cia. que querem reabrir as escolas, mesmo tendo decretado o cancelamento ou adiamento dos festejos de Reveillon e do carnaval.
É preciso tomar o ato de ontem como um ponto de partida, para uma ampla campanha de mobilização em São Paulo e em todo o País.
Ganhar as ruas, em protestos organizados, com as devidas medidas de proteção social, distanciamento etc. para impedir o crime da reabertura das escolas em plena pandemia e conquistar outras reivindicações, como o cancelamento do ano letivo (o que pode ser recuperado, vida não!), a promoção dos alunos do terceiro ano com livre ingresso nas universidades (e correspondentes medidas de adequação nos primeiros anos em todas as universidades), a garantia de estabilidade no emprego (desde 1/3/2020) para todos os trabalhadores da Educação e o devido pagamento integral dos salários a distribuição de cestas básicas para todos os alunos da rede pública (aplicando-se, entre outros, os recursos que deverias ser aplicados na merenda escolar e estão sendo “economizados” pelso governos.
Contra a volta as aulas e a farsa do ensino à distância (EaD) é preciso organizar uma greve geral da Educação, mobilizando em todo o País, impulsionada por comitês de luta das comunidades escolares, sindicatos e oposições sindicais classistas, CNTE, organizações estudantis e dos pais.