Mais de 500 pessoas de cerca de 100 comitês participaram no último domingo (16) das Conferências Estaduais de Luta contra o Golpe e o Fascismo realizadas na maioria das capitais brasileiras.
Na maior delas, realizada em São Paulo, compareceram mais de 100 ativistas, do Interior e da Grande São Paulo, representando mais de 20 comitês.
Os encontros foram convocados pelos Comitês de Luta e pelo PCO (Partido da Causa Operária) e em todos os lugares contaram com a participação de dirigentes e ativistas de amplos setores da esquerda. Além dos companheiros do PCO, em quase todos as conferências havia companheiros do PT e de importantes organizações da luta contra o golpe como da Central de Movimentos Populares (CMP), da CUT, do MST, de dezenas de sindicatos.
Em vários Estados, as conferências se realizaram nos auditórios do Centro Cultural Benjamin Peret, como nos casos de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Em outros a atividade se deu em auditórios de importantes sindicatos, como no caso de Curitiba, na APP (professores), de Brasília, no Sindesp (servidores), de Florianópolis (construção civil). Em alguns locais as atividades aconteceram nas sedes do PCO (como em Belo Horizonte) e em outros nas sedes do PT (como em Porto Alegre).
Os encontros expressaram uma clara disposição de luta desses e de outros setores que se opõem à política de colaboração e capitulação diante do governo ilegítimo de Bolsonaro, eleito como resultado de um processo fraudulento no qual o candidato com apoio popular foi condenado – sem provas – e preso em um claro processo de perseguição política. Foi realizado um amplo debate sobre a situação política e apresentadas propostas para a intensificação da mobilização, já nos próximos dias, pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas e pela Liberdade de Lula e de todos os presos políticos.
Foram aprovadas resoluções práticas imediatas como a realização do Réveillon vermelho, em Curitiba, como parte da luta pela liberdade do ex-presidente Lula, considerada por todos os comitês como uma questão central e a realização da II Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe. No dia seguinte aos encontros, a coordenação dos comitês indicou as datas de 23 e 24 de março para a sua realização.
Nas Conferências foram feitas homenagens aos companheiros sem terras assassinados pela direita fascista defensora dos interesses dos latifundiários e dos grandes capitalistas do campo, enfatizando-se a necessidade da luta pela auto defesa armada dos trabalhadores do campo e da cidade, para reagir às covardes agressões dos bandos fascistas. Também foram aprovadas uma série de campanhas como, além da luta pelo Fora Bolsonaro e pela liberdade de Lula, como a defesa dos professores contra a Escola com Fascismo; contra a prisão e extradição de Cesare Battisti; em defesa dos sindicatos contra a ofensiva da direita fascista, que anunciou que vai colocar as funções da atual Secretaria de Relações do Trabalho (do Ministério do Trabalho, a ser extinto), nas mãos do ex-juiz fascista Sérgio Moro, responsável pelos processos farsa de perseguição a Lula e outros presos políticos.
Evidenciando a diversidade do movimento de luta dos comitês, foi aprovado um chamado a unificar e mobilizar as torcidas contra os ataques da direita fascista ao futebol e aos torcedores.
Foram adotadas ainda propostas de caráter organizativo visando fortalecer o movimento, tais como, a ampliação dos comitês por locais de trabalho, moradia e estudo e a ampliação da publicação do jornal A Luta Contra o Golpe, com o objetivo de chegar a um milhão de exemplares distribuídos em todo o País.
Alguns estados ainda estão realizando as suas Conferências, mas desde já a empreitada se reveste de um sucesso político e organizativo do movimento e aponta uma perspectiva de luta para o próximo período, independente da burguesia golpista e dos partidos que pregam a conciliação em uma “frente ampla” com setores que apoiaram o golpe de Estado e as medidas de ataques aos trabalhadores e aos direitos democráticos de todo o povo.