Despejo

Comunidade em Góias sofre ameaça de despejo em favor de mineradora

Ao menos cinco famílias, das 25 ainda existentes em Macaúba, devem deixar suas propriedades ricas em fosfato e nióbio.

Reintegração de posse ameaça comunidade em Catalão-GO

Decisão favorece mineradora em área onde vivem vinte e cinco famílias

Despejo de famílias continua no estado de Goiás. Ritual vem a mais de 40 anos nos municípios de Catalão e Ouvidor. Mineradora Mosaic/Vale Fertilizantes S/A, conseguiu liminar, e ao menos cinco famílias das vinte e cinco, ainda moradoras na localidade Macaúba, distante, 15 quilômetros da cidade de Catalão, terão que sair. Elas tem prazo de cinco dias, para de forma amigável, retirar-se de suas propriedades. Reportagem é de Mário Manzi, para Comissão Pastoral da Terra.

Motivação são os ricos minérios no sub-solo, fosfato, e principalmente o nióbio.

A extração de nióbio e fosfato nos municípios de Catalão e Ouvidor foi iniciada no ano de 1976 e desde então segue uma trajetória de expropriação de pequenos agricultores de comunidades locais, sendo elas Chapadão, Macaúba, Mata Preta e Coqueiros em Catalão e nas Comunidades Paraíso de Cima, do Meio e Paraíso de Baixo, no município Ouvidor.

Brasil, possui 98% do nióbio do mundo

 “Nióbio, que só Brasil tem, é melhor que ouro. Nióbio é vendido pelo equivalente a 1,5% do valor do ouro. Sem o nióbio do Brasil, Estados Unidos não teriam chegado na Lua”, enfatiza recente  matéria do Diário Causa Operária, (02/02)..

“Superbateria, desenvolvida pela Toshiba para carro elétrico, previsto para ficar pronto em dois anos, revolucionará os carros elétricos. Recarga relâmpago, a superbateria terá. Ao invés das oito horas atuais, a superbateria – fabricada com nióbio – terá recarga em 6 minutos apenas.

Além da expropriação, são relatados impactos ambientais que dificultam a produção agrícola das famílias.

Empresa Mosaic/Vale Fertilizantes, mesmo sem autorização judicial, providenciou cerca de arame em toda a área em litígio. A comunidade de Macaúba, a cerca derrubou.  Empresa de novo, a área cercou, embora ainda as famílias expropriadas estejam no local. A equipe da Comissão Pastoral da Terra – Regional Goiás acompanha o caso. Reportagem é de Mário Manzi.

Com Bolsonaro, mineradoras sentem-se à vontade para avançar nas terras, sejam elas indígenas ou de assentados. Trabalhadores devem resistir aos ataques da extrema direita sobre os sem-terra e posseiros. É preciso resistir aos despejos.

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