Nessa última semana, o sistema de desmatamento da Amazônia (SAD) apresentou dados assustadores sobre a destruição desse grande patrimônio nacional. Segundo os dados, o desmatamento cresceu 60% no mês de junho em relação ao mesmo período de 2018. Sem esquecer que em 2018 foi registrado o maior desmatamento dos últimos dez anos anteriores e se apresenta como o maior da história.
E o fato que revela uma política intencional e perversa desse desmatamento é que um terço (34%) desse desmatamento ocorreu dentro de unidades de conservação.
Para quem não sabe, as unidades de conservação são criadas para proteger porções de áreas com fins científicos, produção de água, beleza cênica, visitação etc da sanha destruidora dos latifundiários, do agronegócio, das mineradoras e de outras atividades intrínsecas do capitalismo.
Há também unidades de conservação para proteção de recursos para a exploração de comunidades tradicionais, como ribeirinhos, seringueiros, fundo de pasto e por aí vai. São as chamadas reservas extrativistas e florestas nacionais.
O aumento do desmatamento dentro das unidades de conservação, onde o desmatamento deveria ser zero, é fruto de uma política intencional do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro e seu ministro da destruição ambiental, Ricardo Salles.
Os dois, representantes dos latifundiários e das mineradoras internacionais, sempre criticaram as unidades de conservação e colocaram em marcha um plano de destruição e privatização dessas áreas.
Já anunciou que criou um grupo de trabalho para fazer uma revisão de todas as 334 unidades de conservação no Brasil federais, administradas pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), que pretender realizar um plano de privatização de todas as unidades de conservação com o modelo “Toma que o filho é teu”. Segundo Salles, esse modelo não tem nenhuma restrição para as empresas que adquirirem os parques nacionais e outras unidades.
Entidades representativas dos servidores do Ibama e do ICMBio denunciam que há um assédio moral coletivo por parte do ministro e de outros bolsonaristas do Ministério do Meio Ambiente para barrar as ações de fiscalização em latifundiários e grandes empresas do agronegócio e mineração.
No início de junho, Salles anunciou seus planos de “reestruturação” do ICMBio onde pretende fechar 6 das 11 coordenações regionais. Além de cortes no orçamento do Ministério que afetam o funcionamento desses órgãos.
Fica evidente que a explosão do desmatamento, em especial nas unidades de conservação fazem parte de uma política intencional de destruição desses recursos e o fim desse patrimônio nacional.
O desmatamento serve para beneficiar os latifundiários, que se utilizam dessa prática para grilagem de terras e especulação imobiliária. Nesse sentido, fica evidente que não basta derrubar o ministro da destruição ambiental, Ricardo Salles, mas de lutar pelo fora Bolsonaro, que foi colocado para colocar em prática a política de destruição dos recursos naturais e privatização das unidades de conservação.