A atleta Carol Solberg, ao receber a premiação da terceira colocação na etapa de Saquarema do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, fez público o grito da população pelo “Fora Bolsonaro”. O ocorrido foi transmitido, ao vivo, pelo canal SportTV, da golpista Rede Globo.
Carol, que é irmã do também jogador Pedro Solberg e filha da ex-jogadora e treinadora Isabel Salgado, expôs o que já é óbvio, exceto para setores da esquerda pequeno-burguesa, de que é mais do que hora de Bolsonaro cair. Sobre sua família, aliás, é necessário frisar que já se pronunciaram publicamente em outras ocasiões contra o governo ilegítimo de Jair Bolsonaro.
A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) pressionada pelo seu principal patrocinador, o Banco do Brasil, emitiu nota de repúdio contra a manifestação legítima da atleta. A CBV, em discurso demagógico e moralista, bem aos moldes fascistas, afirmou que a etapa de Saquarema foi “manchada por um ato totalmente impensado praticado pela referida atleta” e que “tomará todas as medidas cabíveis para que fatos como esses, que denigrem a imagem do esporte, não voltem mais a ser praticados”.
A CBV se aproveita da demagogia, amplamente aceita pela pequena burguesia, de que esportes e política se misturam. Todavia, isto é mais uma mentira para despolitizar e aculturar os esportes, tratando-os como mero produto de entretenimento capitalista.
A nota da CBV também mostra uma “moral torta” da entidade, que há dois anos, fez vista grossa à propaganda dos jogadores da seleção brasileira Wallace e Maurício durante a Liga Mundial de Vôlei. Naquela ocasião, para a entidade, não havia problema algum em “denegrir a imagem do esporte”. Pelo contrário, Wallace e Maurício foram defendidos pela entidade quando populares se indignaram contra a manifestação de ambos os atletas em suas redes sociais. A Confederação dizia “acreditar na liberdade de expressão”. Então, que “liberdade de expressão” é essa que vale apenas para um lado?
Trata-se de não apenas um ato de censura, mas uma ameaça de perseguição aos atletas que se posicionarem contra a política genocida de Bolsonaro e seus apoiadores. Atos de censura como esse, sim, denigrem a imagem do esporte, ainda mais que a população é abertamente contra o fascista-em-chefe.
Bolsonaro é amplamente impopular com as massas e seu sucesso eleitoral se deve unicamente a (1) ter uma base social, principalmente em parcelas da classe média, nas forças armadas e no aparelho de repressão (polícia) e (2) Lula ter sido impedido de concorrer às eleições em 2018. Sabendo disso, a burguesia tenta a todo custo calar toda e qualquer manifestação contra o presidente ilegítimo.
Portanto, todo apoio e solidariedade a Carol Solberg e a todos que são censurados pelas instituições controladas pelo bolsonarismo e pelo grande capital. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Lula candidato!