O crescimento da extrema pobreza só tem aumentado nos últimos anos, principalmente após o golpe de estado de 2016. Segundo dados do Banco Mundial, que geralmente mascaram em muito o número real da parcela de pobres, o Brasil possui hoje cerca de 6,5% da população no que é considerado a pobreza extrema.
Em matéria do dia 24 de dezembro, o colunista Pedro Fernando Nery tenta encontrar a razão pela qual a pobreza extrema cresce no Brasil, alegando que a economia do país só cresce e que as estimativas para o próximo ano são ainda maiores. Pedro chega a conclusão de que existe uma “recessão invisível” no Brasil e que as parcelas mais pobres não se beneficiam da retomada da economia. Segundo o colonista, a retomada é graças à reforma da previdência e do teto dos gastos públicos realizado por Michel Temer.
Aparte do fato de que não há retomada nenhuma na economia brasileira e que o crescimento apontado esse ano era chamado de “pibinho” pela imprensa capitalista nos anos de PT, o problema não é uma simples falta de distribuição daquilo que se conquista na suposta retomada da economia, mas sim o fato de que esse pequeno crescimento no pib vem montado nas costas da população trabalhadora.
A reforma da previdência não é algo positivo. Ao contrário, a reforma é um verdadeiro roubo do dinheiro dos trabalhadores para as mãos dos bancos internacionais. Da mesma forma, o teto dos gastos públicos, as privatizações e toda a política imposta ao povo brasileiro desde o golpe de 2016 é que são os responsáveis pela crise dos mais pobres e o aumento da pobreza no Brasil. Um exemplo disso é o fato de que o programa Bolsa Família foi praticamente abandonado após o golpe de 2016, com inúmeros sucateamentos.
A única solução visível é a derrubada do golpe de estado e a única forma de fazer isso é derrubando Jair Bolsonaro. Só assim será possível que se constitua um governo que de atenção real às necessidades da classe trabalhadora.