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É hora da greve de ocupação

Bolsonaro entrega de graça plataformas da Petrobras

O desmonte da Petrobrás faz Bolsonaro entregar pela bagatela de R$ 7,5 milhões 3 plataformas de Campos/RJ, colocando a necessidade de uma ofensiva operária pará-lo

Com um plano de desmonte sendo apressado para lidar com a pandemia do coronavírus, o governo, que já vinha dilapidando o patrimônio da Petrobrás de forma disfarçada, com a crise atual nem isso mais esconde o interesse dos golpistas do governo em entregar tudo de uma vez.

Por uma bagatela de R$ 7,5 milhões (US$ 1,45 milhão), um comprador identificado como Marboteni arrematou, em um leilão online realizado na última sexta-feira, três plataformas na Bacia de Campos. 

As plataformas vendidas foram a P-07, a P-12 e a P-15, que haviam sido “descomissionadas” pela empresa. Antes de terem suas operações paradas para que fossem vendidas, as plataformas entregues na semana passada produziam cerca de 25 mil barris diários de óleo:15 mil na P-07; 7 mil na P-12; e 3 mil na P-15.

Em produção há 39 anos, a Bacia de Campos é um dos maiores complexos petrolíferos offshore do mundo. Para gerir as suas operações nesta bacia, que tem uma de suas unidades de operações sediada no município de Macaé, a Petrobras mantém uma estrutura sólida, envolvendo bases administrativas, áreas de armazenamento, infraestrutura aeroportuária, portuária, de processamento de gás e estocagem e transferência de petróleo. 

Em 2015, a produção média mensal da Bacia de Campos fechou acima de 1,4 milhão de barris de óleo e cerca de 25 milhões de metros cúbicos de gás por dia, representando cerca de 70% da produção nacional. Do volume total produzido na Bacia de Campos, 30% são provenientes do pré-sal.

A Petrobras, na Bacia de Campos, conta atualmente com 53 plataformas. Algumas dessas unidades já estão alocadas em concessões operadas pela companhia em parcerias com a Shell, no campo de Bijupirá/Salema; com a Chevron, nos campos de Papa-terra e Frade; com a Repsol Sinopec Brasil, no campo de Albacora Leste; e com a British Petroleum, em dois blocos exploratórios.

Essa ideia de descentralização do Estado, e como consequência a privatização, não passa da implementação da velha política econômica do neoliberalismo que tem sido a grande influência dos “Chicago Boys” Brasileiros nessa direção, e que, inclusive, determina a orientação de Paulo Guedes, o guru da economia de Bolsonaro, nosso ilegítimo presidente eleito na farsa eleitoral produzida pela burguesia nas eleições de 2018, que usurpam o poder para “enxugar” o Estado e entregar o patrimônio brasileiro por meio da privatização, o que inclui a Petrobrás, sob o pretexto de deixar ao mercado e à livre concorrência a atribuição para desenvolver a economia.

Como as privatizações estão trazendo junto consigo fechamento de unidades e muitas demissões e transferências, a categoria tem lutado em vão na defesa da manutenção dos empregos e pela readmissão dos demitidos, como foi na entrega da RLAM na Bahia e está sendo com a REPAR no Paraná.

A luta da categoria passa por uma questão política e não econômica a ser negociada ou garantida em acordos coletivos, como tem sido a tônica dessa liderança sindical. Mas, enquanto as lideranças não decidirem por um confronto político, uma luta contra o governo de Bolsonaro, e que tenha por objetivo a derrubada do governo e essa ideologia neoliberal, só o que veremos será a derrota atrás de derrota. 

As demissões, com milhões de trabalhadores sendo deixados para uma vida de fome e de miséria, só poderá ser evitada com uma luta franca da categoria buscando a greve de ocupação dos locais de trabalho, pois é a forma de luta direta contra a opressão provocada pela burguesia e o imperialismo, que estão por trás das empresas e dos golpistas do governo.

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