Tido como uma grande vitória por setores da esquerda nacional, o governo da extrema-direita revela agora em alto e bom som o motivo que levou a burguesia a conceder o auxílio emergencial (auxílio esmola) de R$ 600 reais, e nada tem a ver com a quixotesca atividade parlamentar de esquerda, tornada épica por eles mesmos.
Na manhã desta terça-feira (05), o fascista Jair Bolsonaro, ilegitimamente presidente do país, no tradicional embate das manhãs com os jornalista dos monopólios de comunicação, que tentam direcionar o governo, afirmou que o país só não está enfrentando uma onda de saques e violência devido ao auxílio emergencial de R$ 600 reais.
Segundo Bolsonaro: “Desde o começo eu falei que não poderíamos abandonar a questão do desemprego. Chegou ao nível insustentável. O que está mantendo o Brasil longe de saque e de violência são os R$ 600 , que tem um limite para acabar. Daqui a dois meses acaba. Se a economia não voltar a funcionar até lá teremos um problema seríssimo no Brasil”.
O auxílio-esmola do governo é fruto, não da grandiosa campanha parlamentar da esquerda, que aliás também não existiu na realidade, mas de um consenso da burguesia, cujo, objetivo era diminuir em certo grau a tendência a fortíssima a revoltas populares e explosões sociais da população mais pobre à chamada classe média baixa que estão sendo esmagados pela crise econômica e sanitária.
O próprio valor do benefício é fruto também deste acordo, que foi estabelecido após uma discussão e revisão pelos próprio representantes da burguesia no Congresso, o governo fascista considerou a princípio que R$ 200 seria suficiente para esse intento, a burguesia de conjunto considerou R$ 600 mínimo necessário, sendo concedido com parcimônia e controladamente. Controle e parcimônia que o governo está realizando com eficiência, impedindo que milhões de pessoas para quem o benefício deveria ser concedido não possa receber devido a regras esdrúxulas e levando a população a expor-se a enorme risco nas imensas filas da Caixa Econômica Federal.
A esquerda apenas assistiu o desenrolar dos acontecimentos e regurgitou-se, aplaudiu e saudou os R$ 600 reais da burguesia, tentando até mesmo tomar para si o feito de Rodrigo Maia e dos direitistas no Congresso. Contribuiu apenas para enganar o povo e para acalmar os ânimos tal como a burguesia queria.
Não ocorreu aos iluminados parlamentares da esquerda e aos dirigentes das organizações operária e populares organizar uma campanha nacional no parlamento e fora dele em favor de um auxílio para todos os necessitados em decorrência da crise, observando os cálculos do DIEESE, que corresponde ao que está fixado na Constituição, de que o Salário Mínimo deve atender as necessidades básicas do trabalhador e de sua Família.
O valor mínimo para o sustento do trabalhador e sua família, tomando como base uma família composta de dois adultos e duas crianças, fora calculado para março deste ano em R$ 4.483,20. Esse é o valor mínimo para uma família operária sobreviver com o mínimo de comodidade. Esse parlamentares e essa esquerda que sempre lembram do cálculo do Dieese no período eleitoral dando a entender que trabalharam para alcançar tal objetivo, esqueceram do cálculo quando o povo mais precisava e achou muito bom que o povo possa receber R$ 600 reais de auxílio. Para eles esse valor é gasto em um jantar e um almoço mais elaborados, mais suficiente para o trabalhador sustentar sua família por um mês. E veja se que também não ocorreu aos grandes tribunos da esquerda, como Marcelo Freixo que comemorou a vitória do auxílio, propor que o auxílio fosse equivalente ao salário mínimo, não o vital, mas o corrente, que é muito menos que o necessário, e está hoje no valor de R$ 1.045,00, não R$ 600 está bom demais.
Conforme Bolsonaro afirmou, a direita usou o auxílio para conter revoltas, mas afirmou que o auxílio é limitado e que em breve, e a afirmação dele revela o que a burguesia prevê, a situação tornar-se-a mais crítica e não se sabe qual expediente utilizarão para conter a crise, a esquerda não pode ficar olhando e aplaudindo a burguesia, é preciso uma política própria dos trabalhadores para a crise.