Na última terça-feira, 04 de agosto, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), anunciou em sua conta oficial no Twitter a flexibilização de medidas restritivas para o comércio varejista e restaurantes nos municípios classificados com a chamada “bandeira vermelha” no distanciamento controlado. A bandeira vermelha indica um alto risco de disseminação do coronavírus, proibindo consequentemente a abertura de bares, restaurantes, academias e locais de culto. As regiões do estado que atualmente se encontram nesta zona de classificação correspondem aos municípios de Passo Fundo, Lajeado, Taquara, Novo Hamburgo, Canoas e Porto Alegre.
Apesar da bandeira vermelha, o chefe do executivo estadual gaúcho justificou sua decisão afirmando que houve estabilização na quantidade de demanda por internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) por pacientes com covid-19,ainda que esta permaneça em número elevado. Tal abertura, com números de internações ainda num grau crítico, mostra que Eduardo Leite, assim como seus demais colegas de outros estados tidos como “científicos” por defenderem a campanha do #Fiqueemcasa, não estão muito distantes do presidente da República, Jair Bolsonaro, e de sua política genocida. Tal política em breve fará o Brasil chegar a marca de 100 mil mortos pelo coronavírus, uma das maiores do mundo.
Este setor da direita já se manifestou a favor da permanência de Bolsonaro na presidência sendo, portanto, alicerce do presidente fascista, como o próprio PSDB de Eduardo Leite e partidos do Centrão, como o DEM de Rodrigo Maia, que já afirmou que não fará o impeachment do atual ocupante do Planalto. Em todo o país, trabalhadores já foram “jogados aos leões” pelos diferentes setores da direita, devendo se aglomerar no transporte público e nos locais de trabalho, como fábricas e lojas, desta maneira se contaminando e sendo mortos cada vez mais pelo vírus, consequentemente. Tudo isto para terem que arcar com o prejuízo financeiro que os capitalistas estão tendo com a pandemia
Para manter as aparências de direita civilizada e científica, o governador sulista chegou a anunciar a adoção de um protocolo de segurança sanitária, a ser respeitado pelos estabelecimentos comerciais reabertos. Todavia, como já virou costume em vários lugares, governantes flexibilizam o isolamento social em nome dos interesses capitalistas para depois, contraditoriamente, responsabilizarem o povo pelo aumento de casos de contágio pela pandemia. Mesmo com índices altos de casos da doença no Rio Grande do Sul, o governador apenas faz demagogia com a “bandeira vermelha”. Na prática, adota a política bolsonarista, que conduz milhares de pessoas à morte. O discurso de “vidas acima da economia” não passou de um jogo de cena para depois mostrarem que eles são tão serviçais da burguesia quanto Bolsonaro.