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Até o momento, “árbitro de vídeo” só funcionou para beneficiar seleções europeias

Introduzido na Copa da Rússia supostamente para auxiliar a arbitragem nos lances polêmicos em que o olho humano não consegue detectar e dirimir o lance, o “árbitro de vídeo”, ou seja a tecnologia, já se mostrou impotente diante dos interesses capitalistas que operam no teatro do maior evento futebolístico do planeta.

É bom entender que o recurso tecnológico só entra em ação quando os árbitros indicados para observar os lances no vídeo sinalizam para o árbitro de campo que a situação é passível de ser revista. A revisão é feita por uma equipe de quatro juízes (que também apitam os jogos), instalados em uma cabine dentro do Centro Internacional de Transmissões, em Moscou. Foram escalados treze árbitros para se revezarem nessa tarefa.

Ou seja, o olho eletrônico é apenas um recurso e sua utilização, no entanto, está submetida à decisão de homens que respondem a interesses e pressões do mundo real, objetivo, vale dizer, dos gigantescos interesses que permeiam o lucrativo mundo dos esportes, neste caso aqui do esporte mais popular do mundo, que movimenta “zilhões” ao redor de todo o planeta.

Está claro que os capitalistas que buscam interferir e controlar cada vez mais todos os aspectos da atividade humana – incluindo aí o esporte, obviamente – não deixariam a tecnologia atrapalhar e comprometer os seus “negócios”, fiscalizando e denunciando as falcatruas que lhes favorecem, sem as quais já não conseguem, nesta etapa de crise terminal do capitalismo, sobreviver.

Isso é o que estamos testemunhando de forma clara e transparente já na fase inicial da atual competição mundial de seleções de futebol que está sendo disputada na Rússia.

O árbitro eletrônico já foi acionado algumas vezes nesta primeira rodada. Será uma mera coincidência o fato do recurso ter sido aplicado para beneficiar duas seleções europeias? França e Suécia venceram suas partidas com o auxílio do árbitro de vídeo, quando os juízes escalados para observar os lances polêmicos alertaram o juiz de campo para consultar o recurso eletrônico. Na revisão do lance, o juiz considerou o auxílio da tecnologia e marcou pênalti, tanto para a França que derrotou a Austrália, quanto para a Suécia, que derrotou a Coréia do Sul. Os pênaltis foram convertidos e deram a vitória às seleções europeias.

Já na partida em que o Brasil empatou pelo placar de 1 x 1 contra a Suiça, outra seleção européia, o critério da arbitragem foi outro, completamente diferente. A verdade é que a tecnologia estava lá, não só poderia como deveria ser acionada para dirimir dois lances decisivos para o resultado da partida. No lance que originou o gol de empate dos suíços, todo o estádio e também o mundo inteiro viu que o zagueiro brasileiro Miranda foi flagrantemente empurrado, deslocado, permitindo ao atacante Zuber cabecear sem ser importunado. No segundo lance – igualmente flagrante – numa ida do Brasil ao ataque, o centroavante brasileiro Gabriel Jesus conduziu a bola se livrando da marcação e foi agarrado, puxado e derrubado, dentro da área, pelo defensor adversário, num dos pênaltis mais escandalosos da história das copas. Novamente o lance foi olimpicamente ignorado pela arbitragem que opera o vídeo, que não deu a mínima importância a um lance que poderia mudar os rumos e o resultado da partida.

A conclusão é simples e óbvia: O país do melhor futebol do mundo não pode chegar ao hexa. Não interessa aos capitalistas que isso aconteça. Daí toda a armação contra a seleção brasileira e o futebol arte. É preciso levar adiante uma campanha denúncia contra os abutres do futebol, contra o estelionato praticado pelas granes potências imperialistas, que para viabilizar seus interesses, recorrem aos recursos mais espúrios e reacionários contra a vontade popular.

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