Os dias 15 e 30 de maio foram marcados por grandes atos nacionais que levaram mais de um milhão de pessoas às ruas do País, nos quais foram mobilizados os estudantes, professores e demais trabalhadores, contando com a presença importante dos sindicatos, partidos de esquerda e movimentos populares.
O dia 15, conhecido como o dia da greve geral da Educação, teve como estopim os cortes de 30% da verba para o ensino superior público por parte do governo ilegítimo de Jair Bolsonaro. Os atos do dia 30 (última quinta-feira) foram uma continuidade desses protestos.
Entretanto, ao contrário do que se tem propagado, esses atos não são algo surgido do nada. Fazem parte do desenvolvimento da luta popular contra a direita golpista, que começou por volta de 2013 e 2014. Isso porque, apesar do imobilismo das direções, o povo iniciou uma etapa de mobilização e reação aos golpistas, processo que foi se desenvolvendo e se aprofundando conforme aumentava a crise do golpe, com a implantação de Michel Temer e depois de Bolsonaro no poder, passando pela prisão ilegal do ex-presidente Lula.
Tais atos são uma resposta não somente aos ataques de Bolsonaro à educação, mas ao conjunto dos ataques aos direitos democráticos promovidos pelo presidente fascista e os golpistas, aprofundados nos últimos meses. Por isso, na mesma medida, se desenvolveu a grande indignação popular contra o governo ilegítimo, em exigências cada vez mais frequentes e radicalizadas pelo “Fora Bolsonaro”.
Isso foi visto tanto nos atos do dia 15 como do dia 30. Embora a imprensa burguesa e a esquerda pequeno-burguesa (que segue a cartilha do monopólio das comunicações) tenham querido passar a propaganda de que os atos foram exclusivamente relativos à educação, a verdade é que a população por todo o País demonstrou que os atos foram diretamente contra o governo. Em diversas cidades, das maiores às menores, viram-se faixas, cartazes e bandeiras com inscrições do tipo “Fora Bolsonaro” e ouviram-se gritos e cânticos como o famoso “Ei, Bolsonaro, vai tomar no c*” ou o próprio “Fora Bolsonaro”.
Tal tese falsa da direita e da esquerda pequeno-burguesa pode ser desmascarada de maneira irrefutável ao percebermos que esses dois atos serão seguidos da greve geral do próximo dia 14 de junho. A própria esquerda admite (de maneira contraditória com sua propaganda ou mesmo sem perceber) que os atos de maio são uma espécie de preparação para a greve geral. Mas, se a greve geral não é pela educação, então esses protestos de maio também não foram apenas pela educação. São movimentos que se enquadram na luta geral de massas contra o governo Bolsonaro e o golpe em seu conjunto.
São movimentos contra o conjunto das políticas destrutivas de Bolsonaro contra o povo. Logo, conclui-se que, para derrotar esse conjunto de medidas, não se pode lutar apenas contra uma política isolada e parcial. É preciso fazer como a própria população está fazendo: lutar pela derrubada do governo Bolsonaro. Lutar pelo Fora Bolsonaro.
A greve geral de 14 de junho é mais uma grande oportunidade da esquerda, dos sindicatos e dos movimentos populares para organizarem a população no sentido de derrubar Bolsonaro. É necessário levar essa palavra de ordem aos locais de trabalho e estudo, fazendo uma ampla agitação e propaganda demonstrando a necessidade da greve geral e da organização coesa da classe trabalhadora para por um fim ao governo ilegítimo inimigo de toda a população.