Atualmente, lideranças da esquerda que defendem a Frente Ampla com setores da direita golpista estão resgatando amarelo como símbolo, mesmo sendo esse emblema que deram origem não só ao golpe de estado com os grupos fascistas dos 300 e ao MBL. O tom foi associado à ditadura militar, simbolizou a campanha do impeachment de Dilma e, levou Temer e Eduardo Cunha ao topo do poder.
O amarelo coloriu o pato da FIESP e os movimentos que pedem a volta da Ditadura militar. Agora, os “movimentos pró-democracia” se reúnem e caminham pela avenida Paulista, com pautas contra o governo Bolsonaro e por vidas negras. À frente da faixa, Emerson e Danilo Pássaro líderes do movimento Somos Democracia assumiu a cor amarela também.
Diz o escritor Antonio Prata, um dos organizadores do Estamos Juntos, manifesto da direita que soma mais de “283 mil assinaturas”. O movimento, lançado em maio, adotou o amarelo como cor oficial. “Temos que fazer esse resgate. Assim como precisamos voltar a abraçar a bandeira e a cantar o nosso hino. Quem disse que o hino é exclusividade do bolsonarismo?”.
Segue Prata, que é colunista da Folha. “A proposta é endossada por membros de torcidas organizadas de times que, reunidos no movimento Somos Democracia, ganharam espaço nas últimas semanas com protestos autodenominados antifascistas”.
Danilo Pássaro, líder do grupo, disse em vídeo de convocação para os atos que parte da sociedade criou repulsa ao verde e amarelo “em razão da sua apropriação por grupos intolerantes, racistas, fascistas”.
O malabarismo para assumir o amarelo é uma tentativa de resgatar a cor símbolo do golpe de Estado e dos coxinhas. Faz parte da política da frente ampla, uma continuação da política de “virar a página do golpe”.
Toda a escória golpista vestiu amarelo. A onda amarelada foi o grande símbolo entre forças de direita. É preciso voltar a 2014, quando eclodiram manifestações contra Dilma Rousseff (PT), depois transformadas em passeatas pró-impeachment financiada pela Rede Globo e demais Jornalões.
Além do Pato Amarelo da FIESP, o Vem pra Rua, uma das organizações que puxaram os atos, inicialmente usaria o laranja, mas teve que trocá-lo, segundo o fundador Rogério Chequer, porque em telas ele poderia se confundir com o vermelho. “No primeiro vídeo que postamos, nos xingaram de petistas”, diz, em alusão ao tom rubro do partido. “Aí debatemos que a cor deveria ter a ver com a bandeira, com a pátria. Logo, amarelo”, explica.
Pois os amarelos estão de volta. Agora como antes, também no meio de nós com estas Frentes amplíssimas, mandando abaixar bandeiras e tentando capturar o movimento de rua que aos poucos ressurge.
Essa esquerda que defende a Frente Ampla quer criar as condições para que a direita participe e também esconder elementos tradicionais que ajudaram a colocar Bolsonaro na presidência de maneira fraudulenta, como FHC, Doria e outros.