No último dia 11, o general Augusto Heleno, ministro chefe do Gabinete de Segurança Intitucional (GSI), publicou, no Diário Oficial da União, uma portaria nomeando uma funcionária da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) como assessora da reitoria da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. A servidora em questão teve apenas sua matrícula revelada, mas sua identidade permanece desconhecida.
A Abin, que é controlada pelo imperialismo norte-americano, não é um órgão criado para detectar ameaças externas à soberania nacional. É, na verdade, uma agência que tem como objetivo espionar a própria população brasileira, de modo a desmobilizar toda forma de oposição ao regime político.
Impor uma funcionária da Abin à reitoria da UFMS já é, em si, uma declaração de guerra às universidades. A Abin nada tem a ver com a UFMS – a nomeação feita por Augusto Heleno é, obviamente, uma tentativa de impor à reitoria uma funcionária de confiança do governo para tentar controlar o movimento estudantil e os próprios professores da UFMS. No entanto, esse caso vai muito além da imposição de um funcionário por meio do GSI.
A nomeação da funcionária da Abin constitui um caso inédito no Brasil porque é a primeira vez que uma nomeação é feita sem a identificação da pessoa que irá ocupar o cargo. Nem mesmo na ditadura militar isso era feito – havia, obviamente, inúmeros espiões do regime, mas nenhum deles haviam sido efetivados publicamente, por portaria, conforme foi feito no caso da UFMS.
A imposição de uma espiã da Abin na UFMS é mais uma demonstração de que o regime político está caminhando a passos largos para uma ditadura explícita contra toda a população. Por isso, é preciso sair às ruas imediatamente pela derrubada do governo, é preciso mobilizar os trabalhadores e todos os explorados para colocar a direita contra a parede, antes que as condições para o fechamento total do regime apareçam. Fora Bolsonaro e todos os golpistas, eleições gerais já!