Ainda não caiu a ficha para muitos dos que participaram dos grandes atos de massa do último sábado (29). Foram atos que demonstraram a força dos trabalhadores e que demonstraram que os trabalhadores sentem a necessidade de se mobilizar.
Foram atos dos trabalhadores. Não apenas porque as reivindicações são as mais prementes para as massas populares, como auxílio emergencial, vacinação, emprego e Fora Bolsonaro.
Mas porque foram os próprios trabalhadores e a juventude que organizaram e que tomaram para si os atos. Os mais de 200 atos pelo País surgiram das pressões que as bases sindicais. Militantes se impuseram aos seus dirigentes através de greves, tentativas de greves e atos de rua menores, mas já consideráveis, como os dos dias 31 de março e 1° de maio.
São resultado da mobilização das bases. As frentes de luta sentiram a pressão e decidiram realizar os atos. Mas elas pouco fizeram para que ele acontecesse. O responsável pela realização dos atos é o militante de base, o militante anônimo, não o dirigente político.
Foram as bases que colaram cartazes, distribuíram panfletos, grudaram adesivos, picharam muros, compartilharam os chamados dos atos no WhatsApp, fizeram ligações para convocar mais pessoas. Foram os militantes e ativistas. Os atos, portanto, pertencem a eles.
E sabem muito bem disso. As manifestações em todo o território nacional foram predominantemente jovens. Logicamente que havia sindicalistas, dirigentes estudantis, burocratas. Mas foi visível a sua pequenez em relação às grandes massas anônimas.
As falas no carro de som na Avenida Paulista evidenciaram esse fato. Os dirigentes, que não eram do primeiro escalão da esquerda, falaram. E as massas não os acolheram como era de se esperar. Foi nítida a falta de sintonia entre os dirigentes e as bases.
Uma das poucas vezes em que as massas no asfalto se sintonizaram com os dirigentes no palanque foi durante a fala do companheiro Antônio Carlos Silva, da direção nacional do PCO. Isso porque ele condenou a política do “fique em casa”, chamou a manter e ampliar as manifestações de rua e falou da necessidade de lutar pela candidatura de Lula.
É esclarecedor o fato de as massas terem se sintoniza com a fala do PCO. Esse é justamente o partido que representa os militantes de base, anônimos, aqueles que desde o impeachment de Dilma estão tentando ser ouvidos, exigindo o rompimento das alianças com a burguesia, da crença na direita “democrática”, da formação de uma unidade entre os trabalhadores da cidade e do campo, entre as massas populares, e não com a direita, para derrotar o fascismo.
Por isso os atos também foram uma grande vitória do PCO. Uma estrondosa vitória política de todos aqueles que realmente lutam pelos interesses dos trabalhadores. Pois a volta dos grandes atos de rua é o que o PCO e a militância de base de todo o País estava exigindo, como única forma de derrotar Bolsonaro e o regime golpista de conjunto.
E esse movimento pode e deve continuar, ampliando as mobilizações para se formar um enorme movimento de massas até a queda de Bolsonaro, da ditadura golpista e da construção de um governo das bases, dos anônimos. Um governo dos trabalhadores.