Jair Bolsonaro, presidente ilegítimo, eleito por fraude, visitou nesta sexta-feira, 31 de julho, a Escola Municipal Cívico Militar de Ensino Fundamental São Pedro, na cidade de Bagé, no Rio Grande do Sul. A escola é uma das 54 escolhidas pelo Pecim, Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, para integrar o modelo de escolas militares implantado pelo governo da extrema-direita, e tem inspiração no modelo implantando durante a ditadura militar de 64.
O programa, apesar de direcionado à escola municipal, recebe financiamento do governo federal, pretende a invasão de militares do exército na direção das escolas públicas, submetendo toda a comunidade escolar, gestão pedagógica e professores à uma equipe de militares, centralizando as decisões a um setor que nunca teve preocupação em educar o país.
O vigilante Carlos Machado da Silva, pai de uma aluna da instituição, como presidente do conselho de pais da escola relata que, segundo ele, a escola teve avanços:
“Mudou cem por cento, porque antigamente a educação aqui no município não tinha aquele valor que está tendo hoje. As crianças hoje, a gente nota, pedem licença, senhora, senhor. O alunos são mais interessados. Antigamente, batia o sinal aqui, era uma correria nessas escadas. Coitado dos professores. Hoje não. Todos eles calmos, conversando”
É preciso perceber que Carlos não destacou nada do que se refere à educação propriamente, mas apontou fatores de controle sobre as crianças. Ele fala de um “valor” educativo que não está associado ao desenvolvimento intelectual e humano, mas a um modo de comportamento imposto pela disciplina militar, digno de quem se interessa somente a domar uma criança a qualquer custo. Ademais, esta é uma disciplina vazia, que tem como maior objetivo obedecer a hierarquia como um “soldadinho”. É necessário dizer, os militares nunca estiveram entre as principais mentes da história do país, sendo marcados, no entanto, pelos maiores episódios de repressão, tortura e morte aos trabalhadores pobres e seus filhos.
Aparentemente, o próprio cargo dele no conselho de pais esteja para uma estrutura popular de tomadas de decisões dentro da escola, no entanto, na verdade assume a tarefa de assegurar que a ditadura na escola aconteça sem maiores dificuldades, estendendo a repressão também aos pais e ao bairro que a escola se situa. O Pecim é um passo no sentido da repressão.
Além disso, é preciso ressaltar que o Pecim não pretende aumentar o investimento nas escolas públicas, na formação de professores, na melhora das estruturas das escolas, mas, na verdade, justificar um corte maior ainda de recursos, impondo um sistema de ensino precário, usando da própria presença de militares na escola. O Programa não busca solucionar as questões urgentes da educação pública de ensino básico do País, mas impor a ordem de destruição total. O objetivo de destruir as escolas públicas é facilmente notada quando observamos a constante tentativa de Bolsonaro e Guedes na destruição criminosa do Fundeb – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, algo afundaria de vez a educação pública de ensino básico.
O Pecim impõe um duro golpe ao movimento estudantil atuante procurando destruir a necessidade de lutar por uma educação pública de qualidade. É preciso reagir denunciando o projeto político da extrema-direita, que é destruição da educação pública e ir às ruas pela derrubada do governo de Jair Bolsonaro e de todos os golpistas.