Polêmica

Moraes é a continuação do lavajatismo

O verdadeiro "lavajatismo" que nunca foi embora é o uso do aparato judicial para interesses privados

No dia 28 de dezembro de 2025, o Brasil 247 publicou o artigo de Márcio Chaer intitulado Lavajatismo que elegeu Bolsonaro volta sem nunca ter ido embora. O texto é uma tentativa grosseira de blindar o ministro Alexandre de Moraes e seus pares, sugerindo que as recentes denúncias sobre o Banco Master são apenas uma repetição do “esquema criminoso de Curitiba”. Chaer atua como o advogado de defesa de uma estrutura apodrecida, tentando rotular qualquer exigência de transparência como uma conspiração golpista.

A primeira falácia do autor é a falsa analogia histórica. Chaer tenta colocar no mesmo saco a perseguição política sem provas da Lava Jato contra Lula e os indícios materiais de tráfico de influência no caso Master. Na Lava Jato, o Estado foi usado como arma para destruir um cidadão com base em convicções. No caso atual, o que a imprensa revela não é uma intriga pré-fabricada, mas um fato concreto: o contrato milionário do escritório de Viviane Barci de Moraes com o Banco Master. Enquanto Chaer fala em “vestais cavalgando discursos”, ele ignora que o “discurso” aqui tem número de CNPJ e cifras astronômicas. O autor quer que o país acredite que exigir que um ministro não julgue causas de clientes da própria esposa é uma “farsa lavajatista”.

O cinismo de Chaer atinge o ápice ao citar o Código de Ética da Magistratura e a Loman para dizer que os juízes já são regulados. Ora, se a regulação existe e é tão eficiente, por que o país assiste passivamente à proliferação de eventos luxuosos patrocinados por bancos como Master e BTG, onde ministros dão palestras para seus próprios jurisdicionados? O autor reclama que a imprensa não tem código de ética, mas usa isso como cortina de fumaça para proteger uma casta que ganha salários de R$44 mil (fora os penduricalhos que elevam os rendimentos acima do teto constitucional) e que decide a vida de um povo esmagado pela fome e pelo endividamento.

Enquanto Chaer faz o seu “jornalismo de assessoria” para o STF, a realidade econômica do Brasil desmente a suposta estabilidade que ele defende. Dados recentes apontam que o endividamento das famílias brasileiras atingiu 78%, e o custo da cesta básica consome hoje 55,4% do salário mínimo líquido. É nesse cenário de miséria que o “sistema” que Chaer defende garante lucros recordes aos bancos. O Banco Master, centro da crise, viu seus ativos crescerem de forma vertiginosa, operando em uma zona cinzenta de influência política que o autor prefere ignorar. Para Chaer, a “podridão” está na denúncia, e não no fato de ministros participarem de eventos custeados por quem tem processos bilionários na Corte.

A estratégia de Chaer é o “chantagismo institucional”: ele diz que as “viúvas de Curitiba” querem o comando da República para assustar a militância de esquerda e fazê-la abraçar Alexandre de Moraes. Mas a verdade é que Moraes nunca foi um aliado dos oprimidos. Egresso do governo Temer e ex-filiado ao PSDB, ele representa a fração da burguesia que usa a toga para disciplinar a política de acordo com os interesses do capital. Ao contrário de Lula, que foi vítima de uma injustiça de Estado, Moraes é o próprio Estado agindo em benefício de um grupo financeiro.

Em última instância, o artigo de Márcio Chaer prega a interdição da fiscalização sobre o Judiciário. Ele quer um país onde a imprensa seja um boletim de elogios aos ministros e onde o “saneamento” da ética pública seja tratado como crime. O verdadeiro “lavajatismo” que nunca foi embora é o uso do aparato judicial para interesses privados — e é exatamente isso que Chaer, travestido de defensor da legalidade, está protegendo com sua pena de aluguel.

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