O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na segunda-feira (29) que as Forças Armadas norte-americanas teriam atacado e destruído uma área de atracação de embarcações em território venezuelano, que, segundo ele, seria usada para carregar drogas. De acordo com Trump, “houve uma grande explosão na área de um cais onde carregam as embarcações com drogas” e, em seguida, acrescentou: “atacamos todas as embarcações e agora atacamos a zona [de atracação]… e já não existe”.
Ainda segundo o presidente, a estrutura ficava “na costa”, sem detalhar o local exato nem esclarecer publicamente se se tratou de uma operação militar em terra, de uma ação combinada com meios navais ou de outra modalidade de ataque.
Trump já havia mencionado a destruição de “uma grande instalação” em entrevista à rádio WABC na sexta-feira (26), em conversa com o apresentador John Catsimatidis, empresário republicano e proprietário da emissora. Na ocasião, o presidente afirmou que a instalação teria sido destruída “dois dias antes” da entrevista.
Após as declarações, o jornal norte-americano The New York Times procurou o Pentágono e a CIA, ambos informaram que não tinham dados a compartilhar. A Casa Branca, segundo o relato, também se recusou a comentar.
As falas de Trump ocorreram em meio à agressão militar norte-americana apresentada como combate ao narcotráfico na América Latina e no Caribe. Washington deslocou para a região um contingente expressivo, com navios de guerra, porta-aviões, submarinos nucleares, drones e bombardeiros. No mesmo período, Trump determinou o bloqueio de petroleiros sob sanção que operem na Venezuela, medida que resultou no roubo de pelo menos duas embarcações.
Primazol nega ataque em Maracaibo
Também na segunda-feira (29), a empresa venezuelana Primazol negou “de maneira categórica” que suas instalações em Maracaibo, no estado de Zulia, tenham sido alvo de um ataque norte-americano. A firma, distribuidora de matéria-prima e insumos químicos, informou que houve, na madrugada de 24 de dezembro, um incidente em uma de suas plantas, tratado com acionamento imediato dos protocolos de segurança por equipes da companhia e pelo Corpo de Bombeiros.
Segundo a Primazol, o episódio foi controlado sem registro de feridos. A empresa declarou que coordena com as autoridades locais ações de limpeza e avaliação do local afetado, e informou que já havia divulgado um primeiro comunicado sobre o incidente em 27 de dezembro.
No segundo comunicado, publicado em 29 de dezembro, a empresa rejeitou as versões difundidas em redes sociais que atribuíam o episódio a um ataque. “Rejeitamos de maneira categórica as versões que circulam em redes sociais e que buscam afetar o prestígio do nosso fundador e da organização. Esclarecemos com responsabilidade que tais afirmações não têm relação alguma com o incidente ocorrido e não correspondem a informação oficial nem verificada”, afirmou a companhia. A Primazol também disse ter mais de 14 anos de atuação no país e declarou compromisso com o desenvolvimento industrial, ressaltando a segurança do seu pessoal e o respeito à comunidade.
Novo ataque no Pacífico
Ainda na segunda-feira (29), as Forças Armadas norte-americanas afirmaram ter assassinado dois homens em um novo ataque a uma embarcação em águas internacionais no oceano Pacífico, sob a acusação de que o barco transportava drogas. Em publicação na plataforma X, o Comando Sul dos Estados Unidos informou que a força-tarefa conjunta “Lança do Sul” realizou um “ataque letal” contra uma embarcação que teria sido operada por “organizações terroristas”, sem feridos entre os norte-americanos.
Desde o início de setembro, a agressão imperialista no Caribe e no Pacífico teriam destruído pelo menos 28 embarcações e causado ao menos 101 mortes.



