Síria

Governo assassina sírios em ato contra autoritarismo do regime

Em Latáquia, Tartus, Baniyas, Jableh e Homs, atos pediram libertação de presos; forças da Segurança Geral atiraram, com mortos e feridos

Forças de segurança do governo de transição na Síria reprimiram, neste domingo (28), uma onda de manifestações em cidades do litoral e do interior do país. Segundo fontes locais e o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR), houve mortos e feridos após disparos contra manifestantes, além de agressões, ataques com armas brancas e prisões.

Em Latáquia, relatos apontam vítimas na região da rotatória al-Azhari, onde manifestantes foram atingidos por tiros disparados por forças de segurança pública. Ainda conforme fontes sírias, também houve feridos entre civis nos bairros Wadi al-Dhahab e al-Zahraa, em Homs, em decorrência de ataques contra protestos pacíficos, com uso de tiros e, em algumas áreas, armas brancas.

Os protestos foram registrados em Latáquia, Tartus, Baniyas, Jableh e Homs. Em atos, vigílias e marchas, manifestantes cobraram a libertação de presos mantidos sem acusação formal, o fim de abusos e garantias de direitos civis e políticos. Placas e faixas pediam responsabilização por violações e alertavam para a restrição de liberdades durante o período de transição após o golpe pró-imperialista contra o governo de Bashar Al-Assad.

De acordo com o SOHR, manifestantes pacíficos foram alvo de ataques de apoiadores das autoridades de transição, de forças da Segurança Geral e de grupos ligados aos comitês de “Paz Civil”, em ações descritas como tentativa de impedir a realização dos atos e dispersar as concentrações. O Observatório registrou ocorrências no bairro al-Qusour, em Baniyas, na rotatória da Agricultura, em Latáquia, além de episódios em Jableh e em diferentes bairros de Homs.

Em Latáquia, o SOHR afirmou que forças da Segurança Geral intervieram diretamente contra manifestantes na rotatória da Agricultura, com espancamentos. O Observatório relatou ainda que ativistas e fotojornalistas foram impedidos de filmar e registrar os acontecimentos.


Em Jableh, na província de Latáquia, o SOHR denunciou que apoiadores das autoridades de transição atacaram manifestantes com facões e facas na interseção da rotatória al-Emara. Segundo o Observatório, houve feridos de diferentes gravidades, com um caso em estado crítico, além de ao menos uma pessoa assassinada.

Em Baniyas, no bairro al-Qusour, forças auxiliares usando uniformes de segurança agrediram jovens que tentavam chegar a pontos de protesto. Ainda segundo relatos citados pelo SOHR, grupos pró-autoridades de transição se reuniram sob proteção de segurança na rotatória da Agricultura, em Latáquia, em iniciativa que buscaria reduzir a adesão popular às manifestações.

Enquanto isso, o comandante da Segurança Interna da província de Latáquia atribuiu a “elementos ‘terroristas’” ataques contra agentes de segurança em Latáquia e Jableh. A acusação foi divulgada em meio a registros de fontes locais sobre dezenas de feridos na rotatória al-Azhari, em Latáquia, após disparos e confrontos.

Fontes sírias também relataram restrições intensificadas nas áreas centrais das cidades, com bloqueios, aumento de revistas e limitações à circulação em pontos próximos aos locais de protesto.

Os atos ocorreram após convocação do xeique Ghazal Ghazal, chefe do Conselho Islâmico Supremo da comunidade alauíta, que condenou o recente atentado a uma mesquita em Homs e pediu mobilização pacífica. Apesar do reforço de segurança e de tentativas de bloquear acessos, dezenas atenderam ao chamado em diferentes áreas do litoral.

Em Tartus, o SOHR informou que forças da Segurança Geral sequestraram o xeique Ali Halhal, dirigente do Conselho Islâmico Alauíta no governadorado, após ele manifestar apoio público às manifestações realizadas no mesmo dia. Na sequência, segundo fontes locais, foi imposto toque de recolher em Tartus até 7h de segunda-feira (29).

Em nota, o Conselho Islâmico Alauíta Supremo condenou a detenção, classificando-a como arbitrária e como violação da liberdade de opinião e de expressão política. O órgão cobrou intervenção de entidades internacionais e de organizações de direitos humanos e exigiu a libertação imediata de todos os detidos: “a detenção do xeique Ali Halhal e de outros civis que apoiaram manifestações pacíficas constitui um ataque flagrante à dignidade humana e aos princípios humanitários”, afirmou o comunicado.

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