O governo do presidente Rodrigo Paz (Partido Democrata Cristão), empossado em 8 de novembro, enfrenta sua primeira grande crise política e social após a promulgação do Decreto Supremo 5503. A medida, conhecida popularmente como “Gasolinazo”, elimina os subsídios estatais aos hidrocarbonetos, resultando em reajustes que chegam a 164% no preço do diesel.
A nova regulamentação provocou um salto imediato nos postos de combustíveis:
- Gasolina Especial: 83,6%
- Gasolina Premium: 52,3%
- Diesel: 163,4%
O setor de transportes e a indústria alertam que o reajuste terá um efeito cascata sobre o custo de vida, impactando o preço de produtos essenciais e passagens de longa distância.
Em resposta ao decreto, a Central Operária Boliviana (COB) aprovou, na última sexta-feira (19), uma greve geral por tempo indeterminado. O dirigente da COB, Mario Argollo, classificou a medida como “ditatorial” por ter sido imposta sem diálogo com as bases sindicais.
Nesta segunda-feira (22), a Federação Nacional das Cooperativas Mineiras (Fencomina) liderou manifestações massivas em La Paz e El Alto. O setor mineral alega que a alta do diesel torna a produção insustentável, colocando em risco a operação de máquinas pesadas e o sustento de milhares de famílias. Em Cochabamba, a Organização dos Fabricantes mantém bloqueios em rodovias estratégicas que ligam a cidade a Oruro e à capital.




