Autoridades eleitorais do estado norte-americano Geórgia admitiram violações significativas nos procedimentos de certificação de votos durante a eleição presidencial de 2020 nos Estados Unidos, reacendendo debates sobre a integridade do processo. O caso veio à tona por meio de uma denúncia do ativista pela integridade eleitoral David Cross, que acusou o condado de Fulton – o mais populoso da Geórgia – de certificar ilegalmente pelo menos 315 mil boletins de voto na votação antecipada. Cross obteve, via pedido de registros públicos, indícios de que pelo menos 134 fitas de tabuladores (geradas por máquinas de votação ao final do dia) não possuíam assinaturas de trabalhadores eleitorais, o que contraria as regras estaduais que exigem essa validação para oficializar os totais. Adicionalmente, foram apontadas ausências de “fitas zero”, destinadas a provar que as máquinas iniciaram a contagem do zero, além de inconsistências nos números de série dos scanners e registros de horários de fechamento de urnas anormalmente tardios, sugerindo possíveis manipulações ou erros operacionais graves.
A Geórgia foi decisiva em 2020, com Joe Biden superando Donald Trump por uma margem estreita de menos de 12 mil votos, conquistando os 16 delegados eleitorais do estado e pavimentando sua vitória no Colégio Eleitoral por 306 a 232. Trump, que perdeu a eleição, mas retornou à Casa Branca após reeleição em novembro de 2024 e posse em janeiro de 2025, tem repetidamente denunciado a contagem como roubada, citando fraudes e irregularidades em múltiplos estados. Essa admissão recente, confirmada pela advogada do condado de Fulton, Ann Brumbaugh, em audiência perante o Conselho Eleitoral Estadual da Geórgia, onde ela afirmou que a administração “não contesta as alegações”, reforça as críticas do atual presidente ao sistema eleitoral americano, e a possível fraude na eleição daquele ano.
Membros do conselho estadual classificaram as descobertas como “muito preocupantes” e encaminharam o caso ao Procurador-Geral da Geórgia para investigação, recomendando multas civis de até US$5 mil por cada fita sem assinatura, além de outras medidas punitivas. Essa controvérsia mantém o foco em Fulton County, epicentro de alegações anteriores de irregularidades, como vídeos virais de supostas fraudes em 2020 que foram amplamente debatidas, embora contestadas por democratas e tribunais. Desde sua posse atual, o presidente Trump tem prometido uma reforma abrangente no sistema de votação dos EUA, incluindo exigência rigorosa de identificação de eleitores, restrições ao voto por correio e transição para cédulas em papel auditáveis.




