O governo de Donald Trump ordenou a revogação de pelo menos 29 diplomatas de carreira que ocupavam cargos de embaixadores e adjuntos em embaixadas ao redor do mundo. As medidas tiveram início em janeiro e são vistas como parte de um expurgo abrangente contra remanescentes do mandato de Joe Biden, considerados obstáculos à política externa do presidente Donald Trump. Os burocratas foram notificados na semana passada, sem que razões específicas fossem apresentadas. A decisão rompe com o protocolo esperado, segundo o qual novos presidentes substituem apenas nomeações políticas.
A África foi a região mais afetada, com 13 revogações, incluindo países estratégicos como Nigéria, Ruanda, Somália,Senegal e Uganda — áreas onde diplomatas da era Biden podem ter resistido às mudanças defendidas por Trump. A Ásia registrou oito postos afetados, com destaque para Filipinas e Vietnã. A Europa teve quatro revogações, abrangendo Armênia, Macedônia do Norte, Montenegro e Eslováquia. No Norte da África, os democratas perderam dois postos, incluindo Argélia e Egito. Já na América Latina, houve duas mudanças, em Guatemala e Suriname.
Nenhum golpe ou mudança de regime ocorreu recentemente nesses países. As últimas eleições na Nigéria aconteceram em 2023, com certo grau de instabilidade; Ruanda manteve-se estável após as eleições de 2024; e a Somália segue enfrentando conflitos jihadistas contínuos, sem derrubadas recentes.
Essa limpeza diplomática se insere no conflito mais amplo de Trump contra o chamado “Estado profundo”, após a demissão de mais de 1.300 funcionários do Departamento de Estado no início do ano, incluindo 240 oficiais do Serviço Exterior.



