As forças de ocupação de “Israel” mantiveram ataques contra a Faixa de Gaza, apesar da trégua em vigor, com registros de tiros, disparos de veículos aéreos não tripulados, bombardeios de artilharia e operações de demolição em diferentes regiões do território palestino, segundo relatos de agências e correspondentes locais.
De acordo com correspondentes da WAFA, unidades israelenses realizaram demolições de prédios a leste da Cidade de Gaza, acompanhadas de fogo contínuo de artilharia e tiros. Ocorrências semelhantes foram relatadas a leste de Khan Iunis, no sul da Faixa, onde veículos militares israelenses teriam disparado de forma intermitente.
Na noite de sexta-feira, o bombardeio israelense atingiu um centro de treinamento do Ministério da Educação que abrigava famílias expulsas de suas casas no bairro de al-Tuffah, a leste da Cidade de Gaza. Segundo a WAFA, seis palestinos foram mortos no ataque. Já a Al Mayadeen informou que o local atingido era uma escola usada como abrigo, com ao menos cinco mortos e sete desaparecidos, além de novos ataques aéreos em áreas a leste da Cidade de Gaza e de Khan Iunis.
Ainda segundo a Al Mayadeen, cinco palestinos morreram após chegar ao Complexo Médico al-Shifa, depois de um ataque de artilharia contra uma reunião de casamento. A emissora também relatou continuidade dos bombardeios e das demolições, incluindo disparos de artilharia sobre a cidade de Bani Suheila, a leste de Khan Iunis.
Além dos ataques diretos, o agravamento das condições de inverno tem provocado novos desabamentos de estruturas já comprometidas. Na madrugada de sábado, dois prédios anteriormente atingidos por veículos aéreos não tripulados (VANTs) israelenses desabaram na Cidade de Gaza em meio a fortes chuvas associadas a um novo sistema de baixa pressão. Equipes de resgate também evacuaram moradores da torre al-Awda 6, de sete andares, no bairro de Tal al-Hawa, no sudoeste da Cidade de Gaza, após surgirem rachaduras estruturais e o colapso dos quatro andares superiores; não houve registro de feridos. Um prédio da família Mughni, no bairro de Nasr, também desabou sem vítimas confirmadas.
Desde o início do mês, temporais sucessivos, com ventos fortes e chuva intensa, vêm derrubando casas e edifícios residenciais enfraquecidos por bombardeios, causando mortes e ferimentos, segundo os mesmos relatos locais. A Al Mayadeen informou ainda que o número de palestinos mortos por exposição ao frio extremo em barracas de deslocados subiu para 13, em meio ao cerco imposto por ‘Israel’ e ao avanço do inverno.
O Ministério da Saúde em Gaza informou que 13 pessoas foram mortas e 20 ficaram feridas em 48 horas, incluindo seis mortes recém-confirmadas e sete corpos retirados debaixo dos escombros. A pasta advertiu que há vítimas ainda presas sob destroços ou caídas nas ruas, enquanto os ataques seguem impedindo o acesso de ambulâncias e equipes de defesa civil.
Segundo o Ministério, desde o início do cessar-fogo, em 11 de outubro de 2025, Gaza registrou 401 mortos, 1.108 feridos e 641 corpos retirados. O total acumulado desde 7 de outubro de 2023 chegou a 70.925 mortos e 171.185 feridos. A pasta acrescentou que 243 mortes foram incluídas no balanço após verificação pelo Comitê dos Mártires entre 12 e 19 de dezembro de 2025.




