Após a vitória de José Kast no Chile, a imprensa burguesa tem repetido a ideia de que esquerda e direita estariam hoje “empatadas” no comando dos governos da América do Sul. No entanto, uma análise objetiva da composição política atual da região mostra que esse discurso não se sustenta nos números nem na correlação de forças.
Atualmente, apenas quatro países sul-americanos são governados por forças identificadas como de esquerda. O Brasil é governado por Luiz Inácio Lula da Silva; a Colômbia, por Gustavo Petro; o Uruguai, por Yamandú Orsi; e a Venezuela, por Nicolás Maduro.
Em contraste, a maioria da região está sob governos de direita, como são os casos de Argentina, Chile, Paraguai, Equador, Peru e Bolívia.
Mas o problema está longe de ser apenas numérico. Em todos esses países, ocorreram golpes de Estado que levaram a governos profundamente reacionários e autoritários. À exceção do Chile, cuja eleição ocorreu há poucos dias, todos os países governados pela direita são ditaduras ferrenhas. E mesmo o Chile, antes da vitória de Kast, já era um país muito autoritário sob o comando de Gabriel Boric.
No Brasil, o governo Lula está sob forte pressão, com um Congresso majoritariamente dominado pela direita, o que torna as eleições de 2026 altamente imprevisíveis. Na Colômbia, Gustavo Petro enfrenta dificuldades para aprovar suas reformas, desgaste político acelerado e queda de popularidade. No Uruguai, a situação é bem semelhante.
A Venezuela representa um caso à parte. É o único país da América do Sul que enfrenta o imperialismo e, por isso, é fortemente apoiado pelas massas.
Longe de um empate, o que se vê na América do Sul é uma tendência muito perigosa, com ditaduras cada vez mais criminosas contra a população.




