No programa Análise Política da Semana do último sábado (13), o presidente do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, criticou a mobilização impulsionada em torno do tema do “feminicídio” e afirmou que a campanha serve, na prática, para ampliar a repressão estatal e restringir as liberdades democráticas.
Segundo Pimenta, a esquerda brasileira estaria sendo arrastada a apoiar uma nova “causa nobre” que, por trás da aparência, tem como objetivo endurecer o aparato penal. “Pegar isso daí para quê? […] Para aumentar as penas, aumentar os crimes, encurralar cada vez mais a população brasileira”, declarou. Na avaliação do dirigente, a consequência de ampliar tipos penais e punições seria colocar a população sob um regime permanente de intimidação: “qualquer coisa que você faz é crime”.
Pimenta ironizou que, após o feminicídio, surgiriam outras iniciativas do mesmo tipo, com novas proibições, até que “o cidadão vai ficar completamente acuado”. O presidente do PCO também relacionou essa orientação ao cenário eleitoral. De acordo com ele, a ofensiva serve como preparação para que, durante as eleições, qualquer manifestação considerada “estranha” seja reprimida de forma imediata. “Isso daqui já é uma preparação também da eleição”, disse, acrescentando que o controle sobre o que se publica nas redes sociais seria parte desse movimento.
Ao tratar do governo federal, Pimenta afirmou que o presidente Lula estaria alinhado a essa política. Citando uma declaração atribuída ao petista, disse: “precisamos ver nas redes o que falam das mulheres”. Em seguida, comentou que esse tipo de controle tenderia a se ampliar para tudo o que é dito na Internet, chegando ao ponto de “o ideal seria não falar nada”.
Pimenta classificou as mobilizações como “coxinhato” e afirmou que seriam uma forma de “treinamento” para uma “revolução colorida”. Ele informou que um relatório da Abin aponta para a ocorrência desse tipo de operação política no Brasil em 2026. “Isso já é revolução colorida. Eu diria assim que isso daqui é (…) um treinamento para revolução colorida. Estão treinando o pessoal a obedecer um determinado comando”, declarou.
Ainda segundo ele, a participação de partidos e setores de esquerda nesses atos seria apenas decorativa. Pimenta mencionou uma fala do presidente do PT, Edinho Silva, defendendo a ida às ruas contra o feminicídio, mas insistiu que a convocação não partiria do PT nem do PSOL: “o ato é convocado pela Rede Globo”, afirmou. Para o dirigente, ONGs e figuras públicas ligadas à emissora dão o tom da mobilização, enquanto organizações de esquerda apenas acompanhariam.
Na conclusão de sua avaliação, Pimenta afirmou que a iniciativa “não tem nada a ver com a defesa da mulher” e que seria “profundamente reacionária”, por funcionar como instrumento para “aumentar a repressão contra o povo brasileiro” sob um pretexto popular. Segundo ele, bastaria a emissora retirar a “decoração” atual e substituí-la por outra para direcionar a mesma engrenagem contra o próprio PT.





