Não fosse pelo fato de que Gilmar Mendes está promovendo um golpe de Estado, o povo brasileiro deveria comemorar e agradecer ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) pela grande aula que está fornecendo aos cidadãos do País. Ao negar, monocraticamente, o pedido feito pela Advocacia-Geral da União (AGU) contra a decisão monocrática anterior de Mendes acerca da Lei de Impeachment, o ministro mostrou, até para os que não queriam ver, que a democracia no Brasil não passa de uma piada.
Mendes agem como quem manda no Brasil. E faz isso porque conta, sem margem para dúvidas, com o apoio da imprensa burguesa e de seus pares na Corte. Há um pacto no STF, tutelado por seu núcleo dirigente, que diz: aqui, a lei somos nós.
A disciplina do STF vem de duas figuras centrais: Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. Eles formulam a política do tribunal e comandam o seu funcionamento. Não por acaso, expressam também as tendências mais criminosas do regime político.
Alexandre de Moraes é o juiz do Inquérito das “Fake News” e do julgamento da “trama golpista”. Ele é, portanto, o ministro mais importante da manipulação eleitoral de 2026. Gilmar Mendes, por sua vez, apesar de ser favorável às arbitrariedades de Moraes, agora surge como peça-chave para tornar a Corte absolutamente alheia ao controle popular.
A decisão autoritária de Mendes tem a vantagem de escancarar as ilegalidades cometidas por seu colega. Afinal, por que um ministro estaria tão preocupado com o impeachment de juízes da Corte, se a Corte atuasse minimamente de acordo com a Lei?
As políticas de Mendes e Moraes são complementares. Por um lado, Moraes rasga a Constituição, interfere nas eleições e condena pessoas a uma pena que equivale à prisão perpétua. Por outro, Gilmar Mendes impede que qualquer pessoa se revolte contra esta política.





