O Comando Central das Forças Armadas dos Estados Unidos (Centcom) anunciou, na quarta-feira (3), a criação da Task Force Scorpion Strike (TFSS), uma força-tarefa voltada para o uso intensivo de drones de ataque de baixo custo na região que o próprio comando chama de oeste da Ásia.
Trata-se da primeira unidade operacional do tipo organizada especificamente para esse fim na região, conforme o comunicado oficial. A formação da TFSS ocorre quatro meses depois de o secretário de Guerra, Pete Hegseth, ter determinado a aceleração do desenvolvimento e da implantação de tecnologias de drones de uso militar.
De acordo com o Centcom, a nova força-tarefa já opera uma esquadra de drones do tipo LUCAS (Low-cost Unmanned Combat Attack System), projetados para ataques de via única. Esses aparelhos podem ser lançados a partir de catapultas, de sistemas com auxílio de foguete ou de plataformas móveis instaladas em veículos terrestres.
O comandante do Centcom, almirante Brad Cooper, declarou que a TFSS tem por objetivo “usar a inovação como forma de dissuasão”, expressão por meio da qual o alto comando procura apresentar o aumento da capacidade ofensiva como suposto mecanismo de “estabilidade”. Em sua avaliação, equipar soldados norte-americanos com “tecnologia de ponta” seria demonstração de “força” diante de adversários na região.
Na prática, a criação da força-tarefa reforça a presença militar permanente dos Estados Unidos em uma área marcada por conflitos longos, intervenções e bases estrangeiras espalhadas em vários países. O uso de drones de ataque, de baixo custo e alto alcance, permite operações com menor exposição de militares norte-americanos, mas amplia o potencial de ações unilaterais contra países e movimentos de resistência.
Especialistas apontam que a disseminação desse tipo de armamento aumenta os riscos para a população civil, uma vez que ataques podem ser realizados com pouca transparência sobre alvos, rotas e responsabilidade. A proliferação de sistemas de drones também pressiona outros países a desenvolverem ou adquirirem tecnologia equivalente.
A TFSS passa a operar integrada às demais estruturas aéreas e navais já existentes sob o comando do Centcom, em uma malha de bases que se estende por vários pontos do Golfo Pérsico e do entorno da Ásia Ocidental.





