A trajetória de vida de Natália Pimenta, dirigente do Partido da Causa Operária (PCO) e vice-presidente do Instituto Brasil-Palestina (Ibraspal), expressa de maneira clara e comovente a essência da militância revolucionária: dedicação incondicional e sobretudo, a compreensão de que a luta pelo socialismo é uma luta de toda a vida. Com cerca de 15 anos, Natália assumiu uma responsabilidade rara até entre militantes veteranos: fundar e manter um jornal diário na Internet.
Junto a essa grande realização, somam-se muitas outras, grandes e pequenas — muitas das quais sua autoria não é mais lembrada. Em um partido revolucionário, não há o estímulo à vaidade individual. Por isso, não é comum, em vida, os elogios e tributos aos feitos individuais, que partem tão unicamente da convicção revolucionária daqueles que constroem o PCO. Agora, no momento do martírio de Natália, é hora de reconhecer essas realizações como forma de iluminar o caminho daqueles que, em vida, continuarão seu legado.
Homenagear Natália é a afirmação de que sua vida — abreviada brutalmente por uma doença que, em uma sociedade verdadeiramente civilizada, já teria sido superada — foi uma vida que valeu a pena ser vivida. Uma vida dedicada ao esforço de construção do instrumento necessário para a emancipação da humanidade: o partido revolucionário.
O tratamento desumano e atrasado que ela enfrentou contra o câncer é mais uma prova do fracasso histórico do capitalismo. Em pleno século XXI, milhões de pessoas ainda são submetidas a métodos de tratamento medievais. E não porque não existam recursos ou conhecimento científico para superá-los, mas porque a ciência, sob o jugo do grande capital, é uma serva do lucro, e não da vida. A medicina capitalista é uma verdadeira feitiçaria disfarçada de ciência, onde os interesses financeiros das grandes corporações farmacêuticas prevalecem sobre a cura, a saúde e o bem-estar do povo.
Natália agora integra, de forma definitiva, o programa do PCO, como símbolo vivo — e eterno — da luta revolucionária. Assim como a célebre frase de Getúlio Vargas, ela “sai da vida para entrar na história”. E é isso que deve inspirar todos os militantes: a consciência de que a vida dedicada à luta de classes, à construção do socialismo, é a única que realmente deixa marcas profundas e transformadoras na história da humanidade.




