Durante o ato realizado neste domingo (30), na Casa de Portugal, em homenagem à dirigente revolucionária Natália Pimenta, o presidente do Instituto Brasil-Palestina (Ibraspal), Ahmed Shehada, ressaltou a importância política da militante e seu papel central na luta internacionalista. Em sua intervenção, Shehada afirmou que a homenagem não se tratava apenas de lamentar a perda, mas de destacar a vida de “uma mulher guerreira e nobre”, cuja atuação marcou profundamente a militância brasileira e a solidariedade ao povo palestino.
Segundo o dirigente, Natália iniciou sua militância ainda adolescente e, desde então, compreendeu que “o mundo precisava ser transformado” e que era necessário dedicar a vida a essa tarefa. Shehada lembrou que ela atuou como dirigente do Partido da Causa Operária, coordenadora de diversas frentes de trabalho e vice-presidente do Ibraspal, sempre com a mesma orientação: a luta coletiva acima dos interesses individuais.
Ao destacar a convicção política da dirigente, Shehada afirmou que Natália era “uma força, uma energia política com um horizonte amplo”, responsável por transmitir confiança e firmeza aos militantes e aliados. Ele sublinhou que sua atuação em defesa da Palestina ocorreu de maneira ininterrupta, mesmo nos momentos mais difíceis de sua vida pessoal. “Natália não foi definida pela doença, e sim pela coragem, pela luta, pela generosidade, pela lucidez política e pela capacidade de fazer as pessoas acreditarem novamente no poder de organização”, afirmou.
O presidente do Ibraspal relatou que, ao longo dos dez meses em que enfrentou a doença, Natália manteve preocupação constante com a situação em Gaza e com a ofensiva promovida por “Israel”. Shehada disse ter presenciado inúmeras visitas em que, apesar das dificuldades, ela buscava informações sobre os acontecimentos e sobre as iniciativas de solidariedade. Ele lembrou que, mesmo em outubro, ao ser perguntada sobre sua própria condição, Natália respondeu que isso poderia “ficar para depois”, pois queria acompanhar “tudo o que estava acontecendo” no Oriente Médio.
Para Shehada, o compromisso da militante com a causa palestina expressava um princípio fundamental: “a luta é maior que nós, mas somos nós que damos vida à luta”. O dirigente acrescentou que Natália se manteve leal, firme e atenta ao avanço da solidariedade internacionalista, representando um elo importante entre o movimento palestino e a esquerda brasileira.
Encerrando sua fala, Shehada afirmou que honrar Natália significa assumir a continuidade do combate revolucionário: “honrar a Natália não é apenas recordar o passado, é assumir um compromisso com o futuro”, disse. Ele prestou condolências à família e concluiu declarando: “os lutadores não morrem. Viva, Natália!”





