O artigo O fracasso da COP30 e a importante expressão da luta indígena, assinado Leandro Lanfredi e Matheus Correia, publicado nesta sexta-feira (28) no sítio do Esquerda Diário, ligado ao MRT, demonstra que essa esquerda ainda não entendeu que sua política ambiental, que, na verdade, é a do imperialismo, está sendo derrotada.
Os autores escrevem que “Lula havia anunciado, ao lado de Marina Silva e Sônia Guajajara, objetivos grandiosos para a COP em Belém. Seria a COP da implementação de um mapa do caminho para sair dos combustíveis fósseis, que não ficaria nos discursos, uma COP dos povos da floresta em Belém. Enquanto pintava de verde seus discursos, o governo, às vésperas da COP, anunciou a autorização da exploração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas e promulgou o Decreto nº 12.600/2025, privatizando os rios Tapajós, Madeira e Tocantins. Poucas vezes as palavras foram tão distantes dos atos”.
Antes de mais nada, é preciso diz que Marina Silva e Sônia Guajajara são ministras infiltradas do imperialismo no governo Lula. As duas, assim como o MRT, não querem que se toque na Amazônia. Essas ministras sabotaram o quanto puderam que a Petrobrás sequer pesquisasse a presença de petróleo na Margem Equatorial, a mais de 550 quilômetros da costa, não na “Foz do Amazonas”, como a esquerda costuma mentir.
Por outro, se forem descobertas reservas na Foz do Amazonas, defendemos que elas sejam exploradas e que esse recurso seja utilizado para desenvolver a região e o Brasil.
O Decreto nº 12.600/2025, segundo o governo federal, tem como principal objetivo a inclusão de empreendimentos públicos federais do setor hidroviário no Programa Nacional de Desestatização (PND). Antes de criticarmos se o projeto é bom ou ruim, é preciso dizer que, da forma como está escrito, tem-se a impressão de que estão vendendo os rios Tapajós, Madeira e Tocantins. O que é uma clara falsificação.
Estão em jogo trechos para navegação. A esquerda dita “ecossocialista” não quer que se faça nada na região. São contra rodovias, ferrovias e agora, como se vê, até mesmo hidrovias. Querem condenar a população que vive na região amazônica ao mais completo isolamento.
O MRT reclama do uso de “combustíveis fósseis”, mas também critica a energia eólica e seguramente não quer ouvir falar em energia nuclear. Esse grupo denuncia a “completa ausência de investimentos na infraestrutura de saneamento e dos equipamentos básicos de saúde e educação da cidade que sediava a COP”. Mas como eles querem que haja saúde e educação sem energia elétrica, sem vias de acesso? Trata-se de uma completa incoerência.
A esquerda cooptada
Como se não tivesse nada a ver com o pato, o MRT diz que o “relatório final expôs a realidade de uma COP condicionada pelos lobbies das mineradoras, das petroleiras”. Acontece que a esquerda pequeno-burguesa faz parte do esquema. Os lobistas, o imperialismo, não querem que o Brasil desenvolva a região. Não querem que se explore o petróleo e querem afastar os pequenos garimpeiros das jazidas, incluindo os indígenas.
A esquerda pequeno-burguesa quer que os “povos originários” vivam o resto da vida de tanga e comendo batata. Acontece que essa gente não procuração para falar em nome dos índios e, na verdade, age contra, pois quem vive na Amazônia, são milhões brasileiros, precisam ter acesso à energia, internet, instalações hospitalares, escolas. Acontece que tudo isso demanda investimentos na região.
Que novidade?
Segundo o artigo, “a novidade que trouxe o relatório da COP30 foram metas de adaptação climática e promessas de ajuda financeira em nome da ‘justiça social’”. Essa conversa é antiga.
Como não pode ficar de fora o alarmismo, os autores escrevem que “depois de descumprir suas próprias metas, de anunciar o embranquecimento de 80% dos corais e de assumir ao mundo que a barreira dos 1,5 ºC graus de aquecimento vai ser ultrapassada definitivamente em breve, as grandes potências, através da ONU, agora falam que a humanidade precisa se adaptar ao inevitável e querem nos impor o seu roteiro de adaptação onde os lucros são sempre mantidos”.
Quem está assumindo a tal “barreira dos 1,5 ºC”? A ONU é um instrumento do imperialismo, e desde os anos 1980 ela já se prometia o aquecimento global. O que o MRT faz é difundir a política do imperialismo para o clima.
Protestos
No artigo se lê que “o choque entre as demandas dos povos indígenas e a política do governo ficou escancarado na COP, como parte de um processo de experiências com a política do governo Lula. Dois temas fundamentais mostram como a conciliação da frente ampla é crescentemente colocada frente a contradições estruturais que não pode resolver. O problema da terra e dos territórios indígenas, que se expressa na demanda por demarcação e na revolta contra a privatização dos rios que cortam as florestas e os territórios indígenas”.
O que o texto esconde, ou não diz, é que todas as “lideranças” tiraram o corpo fora quando se tratou da questão dos protestos. Não queriam invasão, de onde se deve concluir que o movimento está passando por cima dessas tais lideranças.
Os indígenas querem demarcação, mas não apenas isso, querem o direito de uso do solo para fazerem o que acharem melhor.
Outra exigência foi justamente nas áreas de educação e saúde. A vontade dos índios, nesse sentido, está em contradição com essa esquerda pequeno-burguesa, falsa defensora do clima.
É fundamental que a classe trabalhadora entenda que o MRT, Marina Silva, Sônia Guajajara, ONGs e imperialismo, estão todos no mesmo barco. Pode haver uma ou outra divergência, mas no principal estão de acordo: a Amazônia deve ficar intocada e no mais absoluto atraso. O que a torna um alvo fácil para o grande capital.
Essa esquerda “ecológica” é a expressão máxima do atraso e da completa subserviência às políticas do imperialismo para os países atrasados. Todo marxista, toda pessoa e partido verdadeiramente de esquerda tem que lutar pelo progresso da humanidade, não para que populações inteiras fiquem condenadas a viver como na pré-história.





