Em uma avaliação sobre a crise na Ucrânia e as propostas de paz durante o programa Análise Internacional, especificamente o plano ventilado por Donald Trump, o presidente do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, afirmou categoricamente que a iniciativa “não vai resolver a parada” e carece de “amparo na política geral do imperialismo”. A análise aponta para o aprofundamento da crise capitalista terminal como motor de um cenário de guerra iminente, com o imperialismo preparando um enfrentamento de longo prazo contra seus adversários.
A discussão sobre a guerra da Ucrânia, que “parece piorar a cada semana”, segundo o dirigente, levanta sérias preocupações sobre o financiamento do esforço de guerra. Pimenta destaca que, se os Estados Unidos cessarem o envio de armas, a Europa será forçada a assumir o custo, seja por produção própria ou comprando dos Estados Unidos.
O presidente do PCO aponta um risco financeiro grave associado aos ativos russos congelados. O uso desses fundos pela União Europeia para armar a Ucrânia criaria um precedente perigoso. Pimenta alerta que, se um futuro acordo de paz for ratificado, a União Europeia terá que pagar essa conta. Além disso, ele advertiu para as consequências de uma potencial apropriação indevida:
“E caso não pague, pagará de outra maneira: ninguém mais terá confiança em investir em ativos europeus, pois eles estariam usando dinheiro que não é deles para financiar uma guerra contra quem depositou o dinheiro em confiança.”
Quanto ao plano de paz do ex-presidente norte-americano, Pimenta reconhece o esforço de Trump, possivelmente motivado por promessas de campanha. No entanto, ele considera “infantil de se pensar” que o presidente possa ter “a ilusão de separar a Rússia da China”.
O dirigente enfatiza que a política de Trump fracassa porque ignora a realidade do imperialismo. A Rússia, segundo Pimenta, não cederá, pois a pressão da OTAN representa “uma ameaça à própria existência do Estado russo”. Nessas condições, “ninguém vai mudar de política”, conclui.
Em discordância com a ideia de que os recursos imperialistas para o conflito vão acabar, Pimenta argumenta que “o imperialismo vai sustentar a guerra, porque eles estão pensando em um enfrentamento de longo prazo”. Isso é evidenciado, segundo ele, pelo investimento de 40 bilhões em novos armamentos em Taiuã.
A tese central de Pimenta é que a raiz de todo o cenário de conflito e militarização está na “crise capitalista terminal”.
“Não há como sair do buraco em que o capitalismo se meteu. A pobreza mundial é gigantesca.”
A busca de Trump por uma saída mais “normal” para a economia dos Estados Unidos está fadada ao fracasso, pois, segundo Pimenta, ele “não vai conseguir botar a economia norte-americana para funcionar em termos mais normais (pré-neoliberalismo)”.
“Para a economia funcionar em termos neoliberais, precisa derramar sangue. Uma saída tranquila me parece completamente descartada.”





