No próximo dia seis de dezembro, lideranças de aldeias e retomadas do povo guarani-caiouá do Mato Grosso do Sul realizam o Encontro de Luta das Retomadas e pela Demarcação, no município de Dourados, nas dependências da Faculdade Intercultural Indígena (Faind).
O evento foi convocado diante do agravamento da violência contra os índios realizado pelo latifúndio e pelo governador do estado, da paralisia nos processos de demarcação e da política de setores da esquerda parlamentar, principalmente do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), em buscar acordos eleitorais e benefícios próprios em detrimento da luta pelo direito à terra.
Ao invés de ser um encontro para se lamentar ou fazer propaganda eleitoreira, as lideranças guarani-caiouá estão propondo uma pauta de luta e que faça o movimento das retomadas e pela demarcação avançar.
Os temas a serem debatidos são de grande importância para os índios das retomadas e que estão na linha de frente da luta pela terra. O esforço em torno de sua realização representa um avanço das retomadas frente à violência do latifúndio, do estado e da paralisia nas demarcações.
Destacamos alguns pontos centrais que o Coletivo Terra Vermelha, formado por militantes e simpatizantes do Partido da Causa Operária (PCO) do campo e da luta dos índios, pretende levar para debate no encontro.
Demarcações: ampliar e unificar as auto demarcações, com medidas do movimento que façam as demarcações avançarem com iniciativas não burocráticas como promessas de parlamentares e do governo, mas na prática e que será realizada pelos índios da base do movimento de luta; propor dias unificados de luta, atos e marchas unificadas;
Autodefesa: com o aumento da violência, em particular do estado através da polícia, do Judiciário com aumento de processos contra lideranças, é preciso discutir maneiras de unificar o movimento e criar sua própria defesa contra o latifúndio e seus jagunços e a criminosa repressão do Estado contra os índios;
Eleições 2026: discutir as próximas eleições para que o processo eleitoral sirva para mobilizar, impulsionar a luta, ajude no processo de demarcação e apoio às aldeias e retomadas. Apontar a necessidade de escolha e indicações de candidatos de luta dos guaranis e demais etnias, combativos e que defendam a mobilização e estejam a serviço dela e não do favorecimento pessoal e de acordos com o governo que mais ataca os índios no Brasil. Tudo para que o índio não sirva de massa de manobra de candidatos da direita e da “esquerda”;
Unificação do movimento dos índios pela base: discutir medidas que unifiquem o movimento com uma organização independente de governos e ONGs pró-imperialistas para fortalecimento das retomadas, enfrentamento com o latifúndio, diminuição da violência e de atividades conjuntas, como, por exemplo, um período de retomadas e luta de todo movimento guarani-caiouá similar ao Abril Vermelho realizado pelo MST ou Carnaval Vermelho da FNL.





