No dia 20 de novembro passado completou 330 anos da morte de uma das figuras mais importantes dos mais de 500 anos da história da formação do povo brasileiro, Zumbi dos Palmares.
A data, conhecida como um dia nacional de mobilização, é historicamente marcada por atos de luta do povo negro, que sai às ruas para reivindicar os seus direitos frente ao Estado capitalista, que os colocam uma posição de inferioridade quando comparado aos demais membros da sociedade.
O Dia 20, considerado pela esquerda pequeno burguesa, dia da “Consciência Negra” não é mais do que uma política demagógica, onde as pautas são geralmente em cima de reivindicações genéricas do tipo, “fim do racismo”; “por reparação e bem viver “celebrar a cultura africana”; “conscientizar a população negra e da sociedade sobre o sofrimento que o povo viveu”; etc.
Ao contrário disso, o dia 20 de novembro, que tem como o seu maior expoente Zumbi dos Palmares, é um dia para resgatar esse fato heroico do povo negro brasileiro que se expressou na formação do Quilombo de Palmares, foco de resistência armada dos escravos negros contra as forças imperiais e das oligarquias fundiárias da época.
É nesse sentido, que a luta do negro brasileiro deve se inspirar para atingir os seus objetivos, ou seja, lutar contra o Estado opressor que, após de mais de três séculos mantém um política de repressão e de chacina do povo pobre e negro das periferia dos grandes centros urbanos, como aconteceu recente nas comunidades do Alemão e Penha no estado do Rio de Janeiro em que as forças repressão chacinaram 130 pessoas na sua totalidade jovens e negros.
Dados, divulgados pelo IPEDF(Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal) e Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico), revelam que a população negra no Brasil é considerada, pela burguesia, como cidadãos de quinta categoria. “…os indicadores sobre a condição socioeconômica de importante parcela da população do Distrito Federal, o Boletim Anual – População Negra procura atualizar o quadro das relações raciais no mercado de trabalho regional, dedicando-se nesta edição à Situação dos Trabalhadores Negros no Distrito Federal nos anos de 2023 e 2024″. (Sistema PED – IPEDF – DIEESE 6/11/2025)
No Boletim do DIEESE – “População Negra no Mercado de Trabalho do Distrito Federal, o estudo mostra que a população negra do DF enfrenta desvantagens persistentes no mercado de trabalho: em 2024, a taxa de desemprego entre negros foi de 17,1%, contra 12,2% entre não negros, e o rendimento médio dos negros (R$ 3.816) ficou bem abaixo do dos não negros (R$ 6.568). Mesmo sendo maioria na força de trabalho, os negros seguem concentrados em ocupações mais precárias, como emprego doméstico (77,8% dos postos) e trabalho autônomo (67,4%), enquanto têm menor presença nas posições mais estáveis e melhor remuneradas, como o setor público (49,2%)”. (Idem)
Nacionalmente, segundo dados compilados pelo Dieese, referentes ao ano de 2024, “o rendimento médio dos negros é 40% inferior aos dos não negros; os negros com ensino superior ganham 32% a menos que os demais trabalhadores com o mesmo nível de ensino, diferença que pouco se alterou com a Lei de Cotas; os negros recebem, em média, R$ 899 mil a menos que os não negros ao longo da vida labora. Entre os que possuem ensino superior, o valor chega a R$ 1,1 milhão; um em cada 48 homens negros ocupados está em um cargo de liderança, enquanto entre os não negros, a proporção é de um para cada 18 trabalhadores; nas profissões mais bem pagas, os negros representam 27% dos ocupados, mas são 70% dos trabalhadores nas 10 ocupações com menores rendimentos; um em cada seis mulheres negras trabalha como empregada doméstica. O rendimento médio das domésticas sem carteira é de R$ 461 menos que o salário mínimo. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 57% da população brasileira é negra. Ou seja, a maioria se declara como preta ou parda. Os negros também são maioria entre os trabalhadores somando 55% dos ocupados”. (Dieese especial 20 de novembro 2024)
As pesquisas, não deixam dúvidas sobre a situação de exclusão e rebaixamento da população negra no mundo do trabalho e o caráter racista da burguesia.
Nesse sentido, somente por meio da luta que os negros conseguirão reverter essa situação e ter o atendimento de suas reivindicações. As entidades de luta dos trabalhadores devem chamar, imediatamente, uma conferência dos trabalhadores e da população negra para organizar uma gigantesca mobilização para reverter esse quadro reacionário dos patrões e seus governos de discriminação do povo negro brasileiro, e seguir o exemplo o maior líder da luta do povo negro, Zumbi dos Palmares, que organizou uma luta de vida e morte pela libertação do seu povo.




