O Banco Central do Brasil divulgou, no último dia 17, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica), que calcula a evolução da atividade econômica nacional, referente ao 3º trimestre deste ano.
O relatório mostra que, apesar de que o Produto Interno Bruto (PIB) apresenta um crescimento acumulado de 2,2%, nos últimos meses tem ocorrido uma inversão, uma retração da atividade econômica de 0,2% somente no mês de setembro e de 0,9% no 3º trimestre, com recuo generalizado em todos os setores: agropecuária (-4,5%), indústria (-1,0%) e serviços (-0,3%).
Primeira queda em dois anos
Desde o início do atual governo Lula, há quase três anos, a economia nacional cresceu – com a única exceção no terceiro trimestre de 2023 – quando houve uma queda de 0,5%. Em todos os trimestres seguintes dos últimos dois anos, houve crescimento econômico continuado.
Dessa forma, a situação é preocupante, pois é a primeira queda da atividade econômica dos últimos dois anos e o índice de -0,9% é o maior dos últimos cinco anos, podendo indicar uma retração mais prolongada, com graves consequências para o país e principalmente para os trabalhadores e a população pobre, com risco de fechamento de empresas, desemprego e mais arrocho salarial.
Consequências dos juros altos
Esse retrocesso não está acontecendo por acaso, mas é o resultado da política do Banco Central de juros elevados, com a taxa Selic de 15%, os maiores juros reais de todo o mundo.
Essa política consiste no maior programa de transferência de renda do governo, que acaba repassando aos banqueiros e grandes capitalistas, todos os anos, cerca de metade de todo o orçamento nacional.
Com os juros altos, o capital que deveria ser investido em novas empresas, na criação de empregos diretos e indiretos, são desviados para a especulação financeira, que se torna muito mais atrativa para os capitalistas.
Para os trabalhadores e a população pobre, os juros altos também inviabilizam a aquisição de imóveis, veículos financiados e outros bens.
Trata-se de uma política estabelecida para impedir o desenvolvimento nacional e, dessa forma, manter o país no atraso, com a população na miséria, como já acontece atualmente.
Sem uma mudança na política dos juros elevados, o país pode caminhar para uma recessão econômica e aprofundar ainda mais os graves problemas sociais que já existem atualmente, como fome, miséria, trabalhadores na informalidade e baixos salários.





