Dia de Luta do Povo Negro

PCO rompe com movimento negro dirigido pelo imperialismo

"Esse movimento ongueiro que pretende representar a população negra é, na verdade, uma política direitista de perseguição, com processos policiais e prisões”, declarou Rui Pimenta

Nesta quinta-feira (20), no Dia de Luta do Povo Negro — data que marca o aniversário de morte de Zumbi dos Palmares —, Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), declarou que o Partido que dirige rompeu com o movimento negro dirigido por identitários e organizações não-governamentais (ONGs) imperialistas. A declaração ocorreu durante transmissão do programa Análise Internacional, do canal do Diário Causa Operária no YouTube.

Segundo Pimenta, o atual estado de paralisia da luta do povo negro no Brasil se deve à profunda infiltração do imperialismo no interior desse movimento.

“Isso que o pessoal fala que é ‘esquerda’ — organizações como a Coalizão Negra por Direitos e outras semelhantes — são, na verdade, manipuladas pelo imperialismo”, afirmou Pimenta. Para ele, essas entidades cumprem um papel político reacionário e contrário aos interesses da população negra: “esse movimento ongueiro que pretende representar a população negra é, na verdade, uma política direitista de perseguição, com processos policiais e prisões”.

Na análise do dirigente, o caráter policialesco dessas organizações se revela na política que propõem para enfrentar o racismo: “eles apresentam sua política como sendo a correção, a educação das pessoas para combater o racismo… pela polícia, pelos juízes e pelas prisões. E, acima de tudo, por multas cada vez maiores”, denunciou.

O dirigente enfatizou que essa política não é, de forma alguma, popular. “Não é uma política do povo, não é uma política dos explorados, dos oprimidos; é uma política dos opressores, dos exploradores”. Por esse motivo, o PCO decidiu, neste ano, não participar das manifestações organizadas por essas entidades, rompendo abertamente com esse setor. “Nós tomamos a decisão de romper com esse movimento porque não é um movimento popular”, afirmou.

Ele comparou essa decisão com a relação do partido com organizações de massas, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Partido dos Trabalhadores (PT). Apesar das divergências, o PCO permanece presente em frentes com essas organizações devido ao seu caráter popular. “Nós podemos tolerar muita coisa errada, muita coisa absurda até, de organizações que tenham uma verdadeira base popular. […] Se os sindicatos chamarem uma mobilização, nós vamos participar sempre”, explicou.

Já em relação ao movimento dirigido por ONGs e identitários, Pimenta foi categórico: “esse movimento, para nós, é um inimigo da população negra. Lógico, no meio vai haver sempre alguém que está participando por equívoco. Mas o movimento em si é um movimento antipopular”.

Para o presidente do PCO, é urgente reconstruir o movimento negro sobre novas bases, livres da tutela do imperialismo e do identitarismo pequeno-burguês.

“Esse movimento não tem nenhum tipo de mobilização popular. Isso é só prisão, só coisa absurda”, resumiu, destacando que a independência política da classe operária é hoje uma necessidade vital. “As coisas estão chegando a um ponto em que a independência política da classe operária e de todos os movimentos populares em relação ao imperialismo é fundamental”, concluiu.

Em outras oportunidades, o presidente do PCO já havia denunciado o caráter repressivo do identitarismo. Em uma edição da Análise da 3ª, da Rádio Causa Operária, Pimenta classificou o movimento identitário como uma “espécie de extrema direita com vocabulário esquerdista”.

“A política identitária, na sua essência, é a aprovação de leis para reprimir determinado tipo de manifestação contra certos grupos sociais. Ou seja, é quase que um grupo policial”, afirmou o dirigente. “Tem gente suficientemente confusa que vai falar: ‘Não, mas isso daí é por uma boa causa’. Não, não é por uma boa causa. Outros vão falar: ‘É uma política de libertação desses grupos’. Não, ninguém vai libertar ninguém com leis repressivas”, explicou.

Segundo o presidente do PCO, o identitarismo utiliza o aparato estatal burguês para realizar uma perseguição sistemática de pessoas, com demissões, processos, censura e intimidação. “Você vê que eles perseguem as pessoas, conseguem que o pessoal seja demitido, aprovam leis, fazem lobby pela condenação de pessoas, abrem processo. É toda uma atividade policialesca”, afirmou.

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