O governo ucraniano vive um momento turbulento marcado pela demissão de dois ministros de alto escalão, envolvidos em um escândalo de corrupção. Na última semana, o ministro da Justiça, Herman Galushchenko, foi oficialmente destituído após ser implicado em um esquema de cobrança de comissões ilegais na empresa estatal de energia nuclear, Energoatom. O caso também envolve o ex-ministro da Energia e outros membros do governo.
A decisão foi tomada após uma pesquisa conduzida pelo Gabinete Nacional Anticorrupção da Ucrânia (NABU), que revelou um esquema de pelo menos 100 milhões de dólares em subornos relacionados a contratos ilegítimos de empresas privadas com a Energoatom. Galushchenko, que anteriormente foi vice-presidente da Energoatom até ingressar no governo em 2021, teria atuado para favorecer interesses pessoais e de associados próximos ao presidente Vladimir Zelensqui.
Além de Galushchenko, a ministra da Energia, Svitlana Hrynchuk, também apresentou sua renúncia durante as investigações, embora tenha afirmado não haver ilegalidades em sua gestão. A primeira-ministra Yulia Sviridenko anunciou que a vice-ministra Liudmila Sugak assumirá interinamente a função de ministro da Justiça.
Ainda no âmbito das consequências do escândalo, o vice-presidente da Energoatom, Jakob Hartmut, foi suspenso de suas funções, e outras figuras ligadas à estatal, como o diretor-executivo Dmitry Basov, foram detidos. O caso também envolve Timur Mindich, empresário e associado próximo de Zelensqui, acusado de chefiar o esquema de extorsão e que fugiu do país antes da batida policial liderada pela NABU.
O parlamento ucraniano aprovou as demissões de forma unânime entre os votantes, enquanto permanece uma pressão crescente para uma reforma ministerial que possa restaurar a integridade do governo diante do conflito e das pressões internacionais.





